IMPONHA OS SEUS !
Podemos ter a impressão que
transtorno faz o que quer e reina sozinho, mas nada como mudar hábitos errados
(ou indesejados), com novos hábitos.
O primeiro dos problemas, causados
por qualquer transtorno, são as mudanças de hábitos, especialmente em razão de
sintomas ou por medo de crises que possam surgir em momentos nada apropriados,
gerando constrangimentos perante familiares ou estranhos. Isso porque nos tornamos submissos diante
dele.
Já cheguei à comentar, tanto aqui
quanto em minha página no Facebook, que não sofremos por ter transtornos (ou
por qualquer tipo de problema). Sofremos por não conseguir entendê-los.
Lidar com problemas sem entender é ficar sempre na defensiva, na
retaguarda. Dizem que a melhor defesa é
o ataque. É isso que vou mostrar à
vocês, como tentar reverter (com êxito) os efeitos do seu transtorno,
sobre sua vida, sua rotina e trabalho.
Só relembrando o que acontece,
sintomas e crises são procedentes do inconsciente, que nos faz recordá-los, sob
a alegação de nos dizer que existem “pendências” precisando ser tratados, para
serem extintos. Enquanto os resultados
não chegam, o inconsciente (feito disco arranhado) continuará à nos fazer
recordar, o que um dia vivenciamos e de alguma forma nos perturbou, tanto
emocional quanto psicologicamente. Não precisa ser sempre assim.
A proposta terapêutica consiste, com
o tempo, em fazer o inconsciente à abandonar a ideia de continuar avisando. Como ?
Mostrando que podemos desprezá-las, desenvolvendo atividades e rotinas para manter a mente ocupada, pois que o inconsciente só consegue impor tais lembranças, quando encontra espaço ocioso, ou seja, quando deixamos de
fazer o que é preciso e o que gostamos, justamente por conta do transtorno.
À grosso modo, devemos brigar pelo “território”
perdido e cedido ao inconsciente.
Aos portadores de tdah, dei algumas
sugestões, mas depois percebi que as mesmas, poderiam ser aplicadas à qualquer
tipo de transtorno, para exercício do auto controle e da própria vontade. Quais são as sugestões ?
Primeiro: Deixar de fazer coisas por fazer e fazê-las
com algum propósito.
Segundo: Estabeleça um objetivo ou tempo para
executar a tarefa (estudo, leitura, atividades e trabalho).
Terceiro:
Eleve, progressivamente, o tempo de execução da tarefa e tenha meta de cumprir integralmente, em cada
novo período.
Quarto: O objetivo não é apenas ocupar a mente o dia inteiro, mas fazê-lo de
forma não forçada. Imagine que estará tentando
convencer um amigo, de que esteja bem
e só podemos convencê-lo, estando bem, sem nervosismo. Não concorda ?
Enquanto o
inconsciente perceber que suas atividades não estão
sendo feitas de forma espontânea, ele não cessará. Por isso, nada de pressa, porque o que interessa,
são resultados.
No momento que estiver atingindo o
objetivo, sintomas e crises diminuirão suas frequências, até se extinguir.
De nenhuma forma este exercício
substitui medicação e tratamento psiquiátrico.
É uma atividade que poderá ser feita de maneira paralela. Pode aproveitar inclusive, para incluir na
rotina, o monitoramento da medicação que toma, como horário, tempo que eleva
para fazer o efeito esperado (não o desejado); se entre uma dose e outra, sente que existe
abstinência (mostra que o intervalo precisa diminuir); Quanto mais se conhecer, mais rápido
atingirá seu equilíbrio e corresponderá à qualquer tratamento.
O objetivo do nosso inconsciente é
promover nosso equilíbrio psíquico do corpo que o abriga (como um transporte
apto, à levá-lo onde ele desejar), tal como conservamos nosso carro, com o mesmo
propósito. Ele faz isso na esfera
psíquica, mas não é nosso inimigo, está apenas fazendo o seu trabalho. Tudo que
iremos fazer é avisá-lo de que não precisa mais.
Para os portadores de Depressão,
percebo o quanto é difícil tomar iniciativas que envolvem esforços físicos e
mentais, por isso comece com qualquer coisa, mas que possa, aos poucos,
aumentar progressivamente o tempo de execução.
Pode ser até um jogo, vídeo-game ou uma distração qualquer. Comece fazendo por um tempo pequeno e depois,
vá aumentado. Mas é preciso dar o primeiro passo.
Tenham por meta o bem estar de
vocês.
Com relação à psiquiatras, não é
porque estudou que sabe o que diz (jargão que costumamos nos conformar). É
justamente porque estudou (quase 10 anos, entre medicina e especialização), que
tem o dever de nos promover o bem estar.
Portanto cobre, mas corresponda, faça sua parte, saiba definir com a
máxima precisão que puder, o que estiver sentindo. Médico não tem bola de cristal para
adivinhar, ele depende do que você (souber) dizer à ele. Mas ele tem o dever de fazer as perguntas
certas, para investigar melhor os sintomas.
Lembre-se que o tratamento começa e termina em você, isto é, você é responsável (perante o
psiquiatra) pela informação que passa e pode sofrer por causa disso, por
exagerar ou omitir informação, temendo ou tentando induzir o médico à proceder
conforme alguma conveniência.
Seja claro
e preciso, que os resultados virão.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-Didata.
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