ELES CAUSAM DEPENDÊNCIA ? PORQUÊ ?
Remédios para fins psiquiátricos sempre assustaram um pouco,
assim como a própria psiquiatria, estigmatizada para muitos ainda como a
medicina para os loucos rsr. Mas graças
à Deus isso é coisa do passado e o avanço da medicina trouxe inúmeros
benefícios para os que hoje sofrem de algum tipo de transtorno.
Pessoas com transtornos enfrentam ainda um desafio, no que
concerne à acertar na medicação e dosagem para o seu transtorno
específico, o que requer não somente paciência mas principalmente, maior
interação para com o médico, à fim de transmitir-lhe os sintomas resultantes,
tanto os positivos (tão esperado) quanto os negativos (que ninguém quer), para
que, através da interpretação dos sintomas, possa chegar ao equilíbrio
medicamentoso perfeito e ideal.
Fora isso, ainda paira sobre muitos desses pacientes o temor, de
vir a atrair dependência (química) sobre alguns desses medicamentos, vindo a
acarretar algumas atitudes, de natureza precipitada e também nociva, quando resolvem por sua livre vontade, interromper a
medicação e consequentemente o tratamento (o que para muitos, acaba
gerando o retorno de todos os sintomas que o fizeram procurar ajuda
médica. Este tipo de temor nem chega à ser tão nocivo, haja vista sua
dependência é mais psicológica do que especificamente, química. Eu vou explicar por que.
Sobre o desejo de ver-nos atingir melhora significativa em nossos
sintomas e consequentemente o nosso transtorno, paira uma grande energia, de
origem inconsciente, desprendida para esse propósito. É como apostar todas as fichas. Essa energia,
se correspondida, gera um enorme sentimento de satisfação e prazer, por
conseguirmos “respirar um pouco”, diante dessa turbulência, que é aguentar os
sintomas. Não é assim que acontece
?
É esse sensação de prazer, o grande responsável
pelo temor da dependência dos medicamentos, uma vês que existe,
inconscientemente, o medo da mente, em perder essa sensação e por essa razão,
ela ordena ao corpo que continue tomando, para manter o equilíbrio psíquico
deste e a sensação de bem estar, acarretando assim, a falsa sensação de dependência
química dos remédios (ou uma dependência psicológica).
Contudo, se existir realmente a necessidade, oportunidade
ou mudança da medicação por uma terapia alternativa, essa mudança deve ser
feita de forma gradativa e progressiva, pois a mente precisa ser
convencida de que esta mudança é necessária e saudável para o corpo que o
abriga. É uma mudança que precisa ser sugerida
e aceita pela mente e aceitando, ela se dará de forma mais tranquila e
rápida.
Medicações que não correspondem, nem sempre significa dizer que
não são ideais, pois pode acontecer de alguns fatores não estarem sendo
relevados, como tempo de absorção na corrente sanguínea ou horários
mais indicados para ingerir, levando em conta o período do dia em que mais se
precisa do efeito, como hora de dormir, estudar, trabalhar ou desenvolver
alguma tarefa. Sintomas também devem ser
acompanhados (e anotados) e passados ao médico, para que este acerte o quanto antes, no
efeito esperado.
Anseios devem ser conciliados com o específico
propósito para o qual se destina a nossa melhora, como trabalho ou atividades,
para que desta forma, parte dessa energia seja também dividida e compartilhada,
para que os resultados sejam igualmente aceitos, recebidos e merecidamente contemplados.
Ninguém merece sofrer e, se sofremos, é porque algo está falhando
e para tanto, precisamos concentrar nossa energia, mais na busca do nosso
equilíbrio e bem estar, pois tudo que pudermos fazer por nós, nossa mente
também fará uso disso, também à nosso favor. Viver bem é Possível !
Que Deus abençoe à todos.
Professor Amadeu
Epifânio - Psicanalista Cognitivo