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domingo, 16 de dezembro de 2012


TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR  (5ª Parte) 

Sou o problema ou parte do problema ?

 
 

Transtorno Afetivo Bipolar,  quando recai geneticamente sobre uma pessoa, é como um raio que cai sobre uma casa, ou seja, fator externo, sem culpa, não provocado e muito menos sem condições de prever quando e em quem cairá.  O bipolar é tido discriminadamente como uma “pessoa problema” e não (ou nunca) como alguém que carrega consigo um problema.

Bem verdade que isso não ameniza muito as coisas.  De qualquer forma eu não gostaria de ter um besouro pousado nas minhas costas (sem que eu pudesse tirá-lo), picando-me vês em quando e me deixando bastante irritado, à ponto de refletir minha irritação aos que estão próximos de mim.

O bipolar ainda conta com um agravante (se não tratado psicologicamente).  As crises, muito embora intensa, quando ativas, promovem uma espécie de bem estar na própria pessoa, por estar conseguindo explodir e descarregar (involuntariamente) o conteúdo acumulado desde a última crise (vide a quarta parte sobre o tema).  Este bem estar é ativado ou provocado pela mente, para aliviar-se do desconforto emocional causado pelas adversidades e aborrecimentos do dia a dia. 

Esse fator já ocorre em todos nós, bipolar ou “normais”.  A questão é que no bipolar existe uma preocupação maior em decorrência do transtorno, já que aqui o pouco é potencializado pelo mesmo, fazendo parecer “tragédia grega”.  De qualquer forma não há, num primeiro momento, como bloquear ou impedir que uma crise aconteça, muito menos minimizar as palavras que sai nesse ardente momento.

Eu disse num “primeiro momento”, pois, se trabalharmos o problema, poderá minimizar os efeitos das crises diminuindo sua intensidade, através de duas providências.  Na primeira, mudando a forma de encarar o problema, sua bipolaridade e adversidades, que não costuma ser muito otimista em função do desgaste emocional causado pela bipolaridade. 

Em segundo, trabalhar para absorver subsídios que a mente utilizará para amenizar os desconfortos (hoje valendo-se quase 100% das crises, numa concepção praticamente egoísta e sem culpa para o corpo que o abriga).  Tudo que seja positivo é válido nessa hora, como gostar de música, teatro, bons livros, a Bíblia, assistir à shows (sem que lhe cause estresse ou aborrecimentos);  bom relacionamento familiar e com amigos.   Sair, fazer um programa familiar, um piquenique ou parque aquático ou de diversão.

O importante é priorizar o que gosta e com prazer, como hobes por exemplo.  A mente absorverá o sentimento resultante da prática destes eventos e entenderá como sendo bom para o corpo e passará a adotá-los gradativamente, substituindo-o em lugar das crises.  A tendência deverá ser crises menos intensas, uma vês que estas deverão ficar em segundo plano, no que concerne à sua utilização como subsídio.  Se o trabalho lhe causa mais satisfação que aborrecimento, faça-o, mas com prazer e não esqueça de dividir o seu dia com Deus, compartilhando-o dos seus projetos, mesmo os diários.

Muitas formas de transtornos (ainda que genéticos), têm fundamento psicológico, contribuindo para o seu agravamento e dificultando (ou atrasando) seu portador de buscar ajuda mais cedo para tratamento.  Qualquer que seja a forma de transtorno, deve ser tratada de duas formas, ou seja, com medicação, por psiquiatra (para conter e controlar o estado consciente) e a parte psicológica, para trabalhar e descobrir a causa que ocasionou o transtorno e que esteja mantendo-o através de crises ou qualquer forma de compulsividades.  Só não espere resultado pra ontem, pois muitas vezes a causa é profunda e até chegar lá pode levar certo tempo. 

Pode haver situações onde não haja traumas.  Apenas uma reavaliada em suas concepções (vide artigo “O que nos falta aprender”) já poderá levá-lo à uma melhora considerável e até progressiva.

Quem tem transtorno ou comorbidades (+ de 1 transtorno), sempre ouve críticas do tipo:         “-Você está muito focado no problema”.  É ou não é ?  Pois agora eu que digo pra você: fique focado no problema, desde que seja para se ajudar, dentro de tudo que você leu até aqui.

O Transtorno Afetivo Bipolar pode ter seu quadro agravado ou mantido de 3(três) maneiras, se não tratado ou trabalhado.  Características da personalidade, estado clínico e o ambiente em que vive.  Personalidade pode ser trabalhada e até melhorada; quadro clínico com medicação adequada, também; ambiente de convivência também pode ser trabalhado e melhorado.

 Portanto, temos três fatores promissores, no que concerne à melhora do quadro, senão a cura.  

Quem já se sente bem, com certeza trabalhou de alguma forma para isso.  Só se deve ter cautela quanto a decidir interromper a medicação por conta disso.  Há de ter certeza absoluta de que a cura não dependa mais da medicação e, para se ter certeza disso, só com orientação do médico psiquiatra e, se tiver que parar a medicação, precisa ser feita de forma gradativa, que o médico determinará como isso será feito.

Peço à Deus serenidade para lidar com este pequeno grande desafio, porque Viver bem é Possível !   Um excelente começo de semana para todos.

                                                                                                  Amadeu Epifânio

 

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