TRANSTORNO AFETIVO
BIPOLAR (5ª Parte)
Sou o problema ou
parte do problema ?
Transtorno
Afetivo Bipolar, quando recai
geneticamente sobre uma pessoa, é como um raio que cai sobre uma casa, ou seja,
fator externo, sem culpa, não provocado e muito menos sem condições de prever
quando e em quem cairá. O bipolar é tido
discriminadamente como uma “pessoa problema” e não (ou nunca) como alguém que
carrega consigo um problema.
Bem
verdade que isso não ameniza muito as coisas.
De qualquer forma eu não gostaria de ter um besouro pousado nas minhas
costas (sem que eu pudesse tirá-lo), picando-me vês em quando e me deixando
bastante irritado, à ponto de refletir minha irritação aos que estão próximos
de mim.
O bipolar
ainda conta com um agravante (se não tratado psicologicamente). As crises, muito embora intensa, quando
ativas, promovem uma espécie de bem estar na própria pessoa, por estar conseguindo
explodir e descarregar (involuntariamente) o conteúdo acumulado desde a última
crise (vide a quarta parte sobre o tema).
Este bem estar é ativado ou provocado pela mente, para aliviar-se do
desconforto emocional causado pelas adversidades e aborrecimentos do dia a dia.
Esse fator
já ocorre em todos nós, bipolar ou “normais”.
A questão é que no bipolar existe uma preocupação maior em decorrência
do transtorno, já que aqui o pouco é potencializado pelo mesmo, fazendo parecer
“tragédia grega”. De qualquer forma não
há, num primeiro momento, como bloquear ou impedir que uma crise aconteça,
muito menos minimizar as palavras que sai nesse ardente momento.
Eu disse
num “primeiro momento”, pois, se trabalharmos o problema, poderá minimizar os
efeitos das crises diminuindo sua intensidade, através de duas providências. Na primeira, mudando a forma de encarar o
problema, sua bipolaridade e adversidades, que não costuma ser muito otimista
em função do desgaste emocional causado pela bipolaridade.
Em
segundo, trabalhar para absorver subsídios que a mente utilizará para amenizar
os desconfortos (hoje valendo-se quase 100% das crises, numa concepção
praticamente egoísta e sem culpa para o corpo que o abriga). Tudo que seja positivo é válido nessa hora,
como gostar de música, teatro, bons livros, a Bíblia, assistir à shows (sem que
lhe cause estresse ou aborrecimentos);
bom relacionamento familiar e com amigos. Sair, fazer um programa familiar, um
piquenique ou parque aquático ou de diversão.
O
importante é priorizar o que gosta e com prazer, como hobes por exemplo. A mente absorverá o sentimento resultante da
prática destes eventos e entenderá como sendo bom para o corpo e passará a
adotá-los gradativamente, substituindo-o em lugar das crises. A tendência deverá ser crises menos intensas,
uma vês que estas deverão ficar em segundo plano, no que concerne à sua
utilização como subsídio. Se o trabalho
lhe causa mais satisfação que aborrecimento, faça-o, mas com prazer e não
esqueça de dividir o seu dia com Deus, compartilhando-o dos seus projetos,
mesmo os diários.
Muitas
formas de transtornos (ainda que genéticos), têm fundamento psicológico,
contribuindo para o seu agravamento e dificultando (ou atrasando) seu portador
de buscar ajuda mais cedo para tratamento.
Qualquer que seja a forma de transtorno, deve ser tratada de duas formas,
ou seja, com medicação, por psiquiatra (para conter e controlar o estado
consciente) e a parte psicológica, para trabalhar e descobrir a causa que
ocasionou o transtorno e que esteja mantendo-o através de crises ou qualquer
forma de compulsividades. Só não espere
resultado pra ontem, pois muitas vezes a causa é profunda e até chegar lá pode
levar certo tempo.
Pode haver
situações onde não haja traumas. Apenas
uma reavaliada em suas concepções (vide artigo “O que nos falta aprender”) já
poderá levá-lo à uma melhora considerável e até progressiva.
Quem tem
transtorno ou comorbidades (+ de 1 transtorno), sempre ouve críticas do tipo: “-Você está muito focado no
problema”. É ou não é ? Pois agora eu que digo pra você: fique focado
no problema, desde que seja para se ajudar, dentro de tudo que você leu
até aqui.
O
Transtorno Afetivo Bipolar pode ter seu quadro agravado ou mantido de 3(três)
maneiras, se não tratado ou trabalhado. Características
da personalidade, estado clínico e o ambiente em que vive. Personalidade pode ser trabalhada e até
melhorada; quadro clínico com medicação adequada, também; ambiente de
convivência também pode ser trabalhado e melhorado.
Portanto, temos três fatores promissores, no
que concerne à melhora do quadro, senão a cura.
Quem já se
sente bem, com certeza trabalhou de alguma forma para isso. Só se deve ter cautela quanto a decidir
interromper a medicação por conta disso.
Há de ter certeza absoluta de que a cura não dependa mais da medicação
e, para se ter certeza disso, só com orientação do médico psiquiatra e, se
tiver que parar a medicação, precisa ser feita de forma gradativa, que o médico
determinará como isso será feito.
Peço à
Deus serenidade para lidar com este pequeno grande desafio, porque Viver bem é
Possível ! Um excelente começo de
semana para todos.
Amadeu Epifânio
Projeto
Conscientizar - Somos pelo o que somos.
Celular: DDD 21-6742-0694 (claro)
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