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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


EDUCAÇÃO INFANTIL – O que se faz aqui, pode se levar para a vida toda.

É bastante comum (e considerado até normal), perdermos um pouco daquele zelo exagerado que tínhamos com os filhos quando ainda bebes, ao atingirem faixa etária dos 3 a 6 anos de idade mais ou menos.  Achamos que é uma idade onde já devam compreender certas coisas e por isso mesmo passamos à fazer algumas cobranças, como obediência e organização com os brinquedos por exemplo.

Essa faixa etária compreende uma etapa crítica na vida das crianças, pois é nesta idade que castelos se desfazem, expectativas se quebram, em torno de ideais que involuntariamente elas criam em torno dos pais, como sentimentos de exclusividade com o pai ou com a mãe (esta por causa do afeto materno desde a amamentação).

Irritabilidade (que muitos pais chamam de malcriação), pode ser a quebra do reinado que a criança idealizou, quando estabeleceu que a mãe seria, doravante, somente sua e que odiaria qualquer um que se aproximasse ou tirasse dela a atenção que lhe deveria ser exclusiva.  Nesses casos sempre sobra para o pai receber o título de “persona no grata”.  É possível acontecer também o inverso. 

Mas lembre-se, isso não acontece de forma consciente, mas involuntário.  Por causa deste tipo de concepção, muitas crianças crescem com “um pé atrás” ou com a “guarda levantada” em relação ao pai ou à mãe, simplesmente porque um ou outro alimentou na criança esta sensação, por não ter tido compreensão ou paciência para lidar com este temperamento arredio e prematuro.

A forma ainda mais primitiva (e errada) dos pais lidarem com isso é decidir o que os filhos devem fazer ou vestir ou ainda deixá-lo escolher o que quer, na triste ilusão de fazer acalmar sua histeria (manifestação involuntária que denuncia que o mesmo está sem comando).

Nem tanto o mar, nem tanto a terra.  Não se pode ser tão “servo” dos filhos nem tão autoritário, pois ambas as condições o levam para temperamentos rebeldes e até agressivos, quadro também com fundamento psicológico involuntário (instinto de defesa da criança diante da possível ameaça de um castigo, como instinto provável dos pais diante deste comportamento).  Um ciclo que pode perdurar e piorar.

É preciso fazer a criança entender o seu momento, a sua realidade e a realidade dos pais, que trabalham fora e que precisam ficar ausentes durante o dia e que não precisam ficar “pagando imposto” pro filho por isso, com presentes e vontades, toda vez que tem que sair para trabalhar.  Fazer isso é cair na ilusão de achar que o presente os fará esquecer a ausência do dia. Na verdade, para os pais, é um tiro no próprio pé, pois os acabará afastando afetivamente.

Filhos pequenos só querem se sentir que são parte da vida dos pais e não alguém que sempre pode ficar sozinho, ter de esperar para ficar alguns minutos com os pais ou ter que aguentar o mau humor deles, antes de ir para a cama, quando retornam do trabalho.

Ajude-os à se sentirem úteis e participativos.  Faça-os entender que aquilo que irão comprar (vestuário ou brinquedo), deverá trazer-lhe benefício e satisfação por mais tempo, do que outros que utilizará apenas poucas vezes.  Existe dois tipos de desejo: o momentâneo e o necessário.  Tente-o fazer entender a diferença para que não acostumem a comprar apenas pelo impulso.  Fazendo isso, o estará ajudando a crescer também por dentro e para o futuro, além de não torná-lo uma criança cheia de conflitos e de temperamento difícil (quadro que pode ser reversível, mas com empenho principalmente dos pais-Aguardem artigo específico sobre isso).

Converse, partilhe, ensine-os desde pequenos, para que tenham uma juventude e adolescência saudável, receptivos à educação, à novos relacionamentos e ao ambiente escolar.  Somos pelo o que somos, ensinamos e formamos, dentro de um ambiente verdadeiramente familiar.


                                                                                        Amadeu Epifânio

 
Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !

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