EDUCAÇÃO INFANTIL – O que se faz aqui, pode
se levar para a vida toda.

É
bastante comum (e considerado até normal), perdermos um pouco daquele zelo
exagerado que tínhamos com os filhos quando ainda bebes, ao atingirem faixa
etária dos 3 a 6 anos de idade mais ou menos.
Achamos que é uma idade onde já devam compreender certas coisas e por
isso mesmo passamos à fazer algumas cobranças, como obediência e organização
com os brinquedos por exemplo.
Essa
faixa etária compreende uma etapa crítica na vida das crianças, pois é nesta
idade que castelos se desfazem, expectativas se quebram, em torno de ideais que
involuntariamente elas criam em torno dos pais, como sentimentos de
exclusividade com o pai ou com a mãe (esta por causa do afeto materno desde a
amamentação).
Irritabilidade
(que muitos pais chamam de malcriação), pode ser a quebra do reinado que a
criança idealizou, quando estabeleceu que a mãe seria, doravante, somente sua e
que odiaria qualquer um que se aproximasse ou tirasse dela a atenção que lhe
deveria ser exclusiva. Nesses casos
sempre sobra para o pai receber o título de “persona no grata”. É possível acontecer também o inverso.
Mas
lembre-se, isso não acontece de forma consciente, mas involuntário. Por causa deste tipo de concepção, muitas
crianças crescem com “um pé atrás” ou com a “guarda levantada” em relação ao
pai ou à mãe, simplesmente porque um ou outro alimentou na criança esta
sensação, por não ter tido compreensão ou paciência para lidar com este
temperamento arredio e prematuro.
A
forma ainda mais primitiva (e errada) dos pais lidarem com isso é decidir o que
os filhos devem fazer ou vestir ou ainda deixá-lo escolher o que quer, na
triste ilusão de fazer acalmar sua histeria (manifestação involuntária que
denuncia que o mesmo está sem comando).
Nem
tanto o mar, nem tanto a terra. Não se
pode ser tão “servo” dos filhos nem tão autoritário, pois ambas as condições o
levam para temperamentos rebeldes e até agressivos, quadro também com
fundamento psicológico involuntário (instinto de defesa da criança diante da
possível ameaça de um castigo, como instinto provável dos pais diante deste
comportamento). Um ciclo que pode
perdurar e piorar.
É
preciso fazer a criança entender o seu momento, a sua realidade e a realidade
dos pais, que trabalham fora e que precisam ficar ausentes durante o dia e que
não precisam ficar “pagando imposto” pro filho por isso, com presentes e
vontades, toda vez que tem que sair para trabalhar. Fazer isso é cair na ilusão de achar que o
presente os fará esquecer a ausência do dia. Na verdade, para os pais, é um
tiro no próprio pé, pois os acabará afastando afetivamente.
Filhos
pequenos só querem se sentir que são parte da vida dos pais e não alguém que
sempre pode ficar sozinho, ter de esperar para ficar alguns minutos com os pais
ou ter que aguentar o mau humor deles, antes de ir para a cama, quando retornam
do trabalho.
Ajude-os
à se sentirem úteis e participativos.
Faça-os entender que aquilo que irão comprar (vestuário ou brinquedo),
deverá trazer-lhe benefício e satisfação por mais tempo, do que outros que
utilizará apenas poucas vezes. Existe
dois tipos de desejo: o momentâneo e o necessário. Tente-o fazer entender a diferença para que
não acostumem a comprar apenas pelo impulso.
Fazendo isso, o estará ajudando a crescer também por dentro e para o
futuro, além de não torná-lo uma criança cheia de conflitos e de temperamento
difícil (quadro que pode ser reversível, mas com empenho principalmente dos
pais-Aguardem artigo específico sobre isso).
Converse,
partilhe, ensine-os desde pequenos, para que tenham uma juventude e
adolescência saudável, receptivos à educação, à novos relacionamentos e ao
ambiente escolar. Somos pelo o que
somos, ensinamos e formamos, dentro de um ambiente verdadeiramente familiar.
Amadeu Epifânio
Projeto
Conscientizar – Viver bem é Possível !
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