Projeto VIVA +

segunda-feira, 6 de maio de 2013


LIVRO DE VIAGEM


                       Não há coisa pior do que pessoas mal preparadas para dar informações.

 Sr. Genaro, italiano (75 anos), estava se preparando para fazer sua segunda viagem de volta à sua terrinha, quase 50 anos depois que saiu de lá.  Passaporte velhinho, foto amarelada, começou ele mesmo a tratar da renovação do passaporte para a sua tão sonhada viagem, que ganhara por participar de um sorteio.

 Como não conhecia e não entendia nada de internet, resolveu tentar resolver pessoalmente a questão.  Afinal, era só para renovar e não para tirar um novo passaporte, o que achava que iria ser mais fácil.  Foi até o posto da Polícia federal, depois de muito rodar à pé procurando e se dirigiu ao balcão de informação onde encontrou lá outro senhor, o Sr. Tanaka, um  japonês já de meia idade, quase a mesma do sr. Genaro e que tinha sido remanejado de outro setor, por atrapalhar o serviço dos outros colegas de trabalho.

Sr. Tanaka nunca tinha visto um passaporte na vida e seus pais (bota tempo nisso) chamava os passaportes de livro de permissão de viajem (ou apenas, livro de viagem) e colocou uma faixa na frente do balcão, informando para quê ele estava atrás daquele balcão: “AQUI - LIVRO DE VIAGEM” .Sr. Genaro estava procurando uma placa escrita PASSAPORTE, enquanto todo mundo lhe indicava o balcão do Sr. Tanaka.  Ele então foi ele ter com o Sr. Tanaka.

- É aqui que renova passaporte ?
- Passaporte ? não, livro de viajem né ?
- Mas eu não quero livro, eu quero renovar meu passaporte.
- O senhor não quer viajar ?  pergunta Sr. Tanaka.
- Claro que sim.
- Então vai precisar de livro de viajem.
- meu senhor, depois eu compro livro, agora eu só quero renovar meu passaporte.
- Depois o senhor fazer isso aí, agora precisar de livro de viajem né ?
- mas o que é isso ? venda casada ? o que está acontecendo aqui ?
- Meu amigo não grite, aqui é local de silêncio.
- silêncio uma ova, isso não é hospital, é a polícia federal.
- O senhor procure ser mais claro no que deseja. (insiste o sr. Tanaka)
- Mais claro ainda ? já disse, eu quero viajar e pra isso eu preciso renovar o passaporte.
- Olha, esquece esse negócio aí de passaporte que isso é nome de whisk e não fornecemos informações para bêbados nem alcoólatras.
- Mas quem é que está bêbado aqui ?  O senhor ficou louco ?
- Calma meu amigo, o senhor está se alterando, deve ser o efeito da bebida.
- mas que bebida meu amigo, o senhor não tem noção do que está dizendo.
- Se o senhor não se acalmar, terei de chamar o segurança por desacato.
- Isso não pode estar acontecendo, só pode ser um pesadêlo.
- Senhor, tem outras pessoas querendo ser atendidas, diga logo o que o sr. Quer.
- Já disse, eu quero renovar meu passaporte.
- mas que passaporte, o sr. só insite nisso ! Já disse que aqui é lugar de livro de viajem.
- O senhor está brincando comigo não está ?  ESTÁ BEM ! Eu compro este livro de viagem.
- Senhor, aqui não vendemos livros..
- o senhor está querendo me enlouquecer ou o quê ? há duas horas só fala nesse maldito livro e agora que finalmente eu quero comprar, o senhor diz que não vende ?
- Mas quem foi que disse que eu vendia livros aqui.
- Isso não está acontecendo.
- O que não está acontecendo ?
- O senhor quer me dizer o que está fazendo aí do outro lado do balcão ?
- isso aqui é um guichê de atendimento para pessoas que precisam de livros de autorização para viajar.
    
                     Foi quando caiu a ficha do seu Genaro. Ele então apanhou o seu passaporte do bolso e mostrou ao seu Tanaka e disse, com toda calma que o desespêro pode proporcionar:
- por acaso este livro é parecido com isso aqui ?
- mas então o senhor também tem um livro.  Porque não disse logo.  O senhor não precisar tirar um, é só renovar.
- Jura ?
                     Seu Genaro teve um acesso de fúria e destruiu todo posto da polícia federal, que o algemou e o levou preso por desacato e destruição do patrimônio público.  Depois de interrogado, o delegado até entendeu os motivos da raiva e ainda queria ajudá-lo.

- Olha seu Genaro, pelo o que o senhor fez eu não posso soltá-lo, mas como o senhor é estrangeiro, eu poderia extraditá-lo para a Itália. O senhor ficaria pouco tempo preso e iria poder passear pela sua terra e com as passagens paga pelo governo daqui e de lá, não seria ótimo ?   
- Sim, claro, quando posso ir ?
- Receio não poder ajudá-lo nisso.
- Mas porque não, doutor delegado ?
- Seu passaporte está vencido.

                                                                                 Por: Amadeu Epifânio

quinta-feira, 2 de maio de 2013


AS 3 FASES PARA UMA BOA EDUCAÇÃO.

Não é de hoje que estranhamos comportamentos arredios advindos de jovens que mal saíram do estágio de infância, mas que ainda apresentam traços relacionados com esta faixa etária, como rebeldias e até agressividades (dependendo do caso). Não é prematuro afirmar que tal comportamento esteja relacionado intrinsecamente com a ausência de autoridade dos pais e que, permanecendo a fraqueza desta conduta, o estágio de rebeldia tem-se a manter-se ou mesmo agrava-se com o passar do tempo.

A questão da delegação de autoridade, da paterna à materna (ou vice-versa), é um dos primeiros dilemas conjugais, tão logo os filhos nascem, o que de pronto é reconhecido e identificado pela criança, tão logo esta já adquira os primeiros sinais de entendimento sobre o “mundo” que a rodeia.   Como já diz o velho ditado: “Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa”, aqui neste caso, quando a autoridade é ausente, a criança é quem manda, até como instinto de sobrevivência dela.

Porque sempre é um dilema impor comando sobre um ser tão indefeso ?   O papel dos pais (para simplificar suas atribuições) deve passar, impreterivelmente, por 3 (três) fases distintas, à saber:  A primeira é a fase do comandante, que vai desde o nascimento do bebê até a puberdade.  É a etapa que compreende as lições (ou noções) de autoridade, hierarquia e disciplina. Essa característica de comando é primordial para que a criança perceba de pronto, que existe “alguém mais forte” do que ela e sobre o(a) qual deverá exercer o princípio da obediência.   

A segunda fase à ser aplicada é a do treinador (semelhante às do jogo de vôlei, por exemplo), quando o mesmo interrompe a partida sempre que o time não está rendendo.   Em outras palavras, é difícil fazer nossos filhos “parar de jogar”, mas podemos (como pais) solicitar à eles um “tempo-técnico” para passar-lhes novas instruções.  Tais instruções compreendem as etapas de disciplina e de educação.   Essa técnica permite e favorece um maior contato com os filhos e estes por sua vês, contam de forma ininterrupta, com o apoio “técnico” dos pais, além do afeto mútuo decorrente.   É bom que fique claro que não existe idade certa para se introduzir os dois tipos de comando, pois é os pais que irão perceber, quando é hora da criança entender para cumprir as ordens recebidas.   

Bom, se bem aplicadas as etapas anteriores, resta-nos a terceira e definitiva etapa, que é a do observador, que compreenderá a continuidade do ofício de treinador, aliado à uma relação de confiança mútua, construída ao longo de todo o processo, desde o nascimento da criança.  Para se educar os filhos, é preciso pará-los e isso só pode ser feito com a devida autoridade e disciplina.  

Em escolas públicas ou privadas, sempre existe o dilema, por parte dos professores e até da direção da escola, de como lidar com alunos tão imperativos, rebeldes e até agressivos.   Sinal de que os pais não conseguiram fazê-los parar para ensinar.   E, à meu ver, não cabe aos professores e às instituições de ensino, educar os “filhos dos outros”.

Neste festival de higiene, onde todos lavam as mãos, qual o destino mais provável destes jovens ? 

Para facilitar o trabalho, vou deixar-lhes umas dicas, que muitas vezes passam despercebidos pelos pais, mas não pelos filhos.

a) Maior cumplicidade com a vida e o futuro deles;
b) Monitoramento das idéias que rolam na cabeça deles;
c) Compensar ausência física com presença psicológica;
d) Redução dos atritos conjugais, também na frente deles;
e) Comando firme sem precisar ser arbitrário;
f)  Maior participação dos filhos nas decisões familiares;
g) Presentes fora de hora, somente por merecimento;
h) Permissões ou negativas, sempre justificadas com a verdade;
i) Demonstre respeito, saiba ouví-los.

                                                                            Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !


sábado, 27 de abril de 2013


PARA SE COMETER UM ERRO, ÀS VEZES É PRECISO SÓ UMA OPORTUNIDADE.


Muitas podem ser a causa da experimentação de um crack ou de uma cocaína mas, seja qual delas for, pode depender apenas de uma oportunidade para sua consumação.  Existe uma batalha que é travada dentro do nosso corpo, na nossa mente, entre o consciente e o inconsciente, ou seja, o enquanto o nosso consciente deseja ardentemente ver resolvido o conflito pelo qual passa, o inconsciente, sem nada perguntar, nos oferece o que seja talvez, a melhor das respostas que o seu estado consciente leva consigo.  A ideia da droga.

Isso mesmo, a droga é, num primeiro momento, uma ideia, a concepção do que seja viavelmente útil para atenuar um sofrimento, considerado até então insuportável e, consequentemente imensurável, daí a sensação de desespero por um alívio, sem tanto pensar em consequências ou no “dia depois de amanhã, como ele vai estar”.

Num momento desses a oportunidade pode estar ao alcance das mãos, que pode ser dinheiro, “companhia”, um carro, a conversa em família que não houve ou que, pela falta de tato, foi interrompida e quem sabe, sem a oportunidade de uma nova chance.

Oportunidade pode ser a falta de uma distração, de um desentendimento familiar ou amoroso ou afalta de Deus; pode ser a falta de perspectiva, de expectativa ou de esperança.  Oportunidade não é uma coisa e sim um momento, uma faca de dois gumes, que pode ser tanto servir para o bem ou infelizmente, ser utilizada para se consumar o anseio de um desespero.

Não ceda uma oportunidade destrutiva, faça criar uma oportunidade nova que faça destruir a já existente e à partir daí, uma nova chance para se criar novas oportunidades para mantê-los afastados dos perigos e dentro de ambientes mais seguros.

Tudo que se precisa às vezes é de uma oportunidade, de ganhar ou de perder a chance de conversarmos pelo menos mais uma vês, para tentar, talvez, fazê-los mudar na cabeça, a ideia que os faria perder, doravante, todas as oportunidades, em troca de uma que, amanhã, estarão amargamente sofrendo de arrependimento, pela oportunidade que agarraram com tanto ímpeto  e que agora, estarão à espera de outra oportunidade, que os leve para uma vida nova e cuja oportunidades agora, eles mesmos terão de criar sozinhos.

Tomara que este texto, na língua for lida em cada canto deste planeta, possa hoje criar a oportunidade de chamarem os filhos e dar à eles a chance de saberem que, da forma que for, é a forma de amar de cada pai, de cada mãe, de cada cuidador ou tutor e que estes precisam fazê-los entender e aceitar, para que depois não venham trocar esta chance por uma falsa oportunidade, no mundo obscuro, penoso e sofrido, da dependência química.


                                                     Amadeu Epifânio


Projeto Conscientizar – Somos pelo o que somos   

Viver bem é Possível !

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sábado, 20 de abril de 2013


DE ONDE VEM A FORÇA PARA COMBATER NOSSOS DRAGÕES ?


Vou começar com uma frase, muito pronunciada por sinal, nas vezes em que suspiramos, sempre que matamos mais um dragão, isto é, quando acaba mais um dia de trabalho: “Essa vida não é fácil !”.  Aí eu pergunto pra você:  Alguém lhe disse que seria ? 

Muita gente tem, ou a pretensão de achar que é super-homem, ou o inverso, isto é, vive atribuindo crédito demais nos problemas, achando que nunca será capaz de resolvê-los, quando acha que é mais fácil domesticar os dragões do que enfrentá-los.   Se é assim que está se sentindo, ou está se informando pouco ou aprendendo menos ainda.

Existem preocupações que devemos ter para enfrentar nossos problemas:  O primeiro é o auto conhecimento; conhecer suas habilidades, capacidades, limitações e o quanto têm de equilíbrio emocional para suportar as dificuldades, dores ou sofrimentos.  Isso é que irá determinar sua resistência diante da persistência que os problemas te perseguem.  E olha, às vezes é preciso ter a força de um semideus para suportar.

Aí entra uma outra questão, que não deixa de ser mais uma preocupação (não por ser ou existir, mas por não ter ou possuir) que é Deus.  Como anda sua fé ?  Melhor dizendo, como anda sua crença nÊle ?  Existe ?  É mantida ?  Como ?  Porque pergunto ?  Porque a forma de mantÊ-lo perto ou dentro de nós, é primordial para sustentabilidade do nosso equilíbrio emocional, dada a força extra que recebemos dÊle, ao mantermos um contato mais próximo, firme, compromissado e afetuoso (por ser Êle, Pai e nós, filhos).

Deus vê, lá de cima, os seus filhos, como uma floresta de mata fechada, sem que nenhum seja identificado, apenas por se dizer religioso ou cristão.  Mas é quando conversamos com Deus, que nos tornamos uma árvore em evidência, podendo ser visto por Deus onde quer que estejamos.  No diálogo com Deus, preservamos o dom da verdade, já que pra Êle não se mente e preservamos também a humildade no falar e no agir.

Conhecendo-nos melhor, Deus terá a oportunidade de ajudar-nos, muitas vezes até sem precisarmos pedir, pois nem sempre teremos a chance ou tempo de pedir seu auxílio ou seu socorro.  Mas para que isso seja uma realidade, nossa ligação com Êle deve ser contínua, fundamentada em seus preceitos, em tudo que Êle espera de nós.

Dragões são feios, talvez grandes, mas não invencíveis e, à medida que cresce nossa crença e cumplicidade com Deus, aumenta em nós a força de que precisamos para nos tornar um semideus perante os dragões do dia a dia e assim sobrevivermos com mais confiança, de que os próximos já não serão tão grandes nem tão ferozes que os de ontem. 

Somos pelo o que somos e...fortes, pelo o que cremos.

                                                              Amadeu Epifânio

Viver bem é Possível ! – Projeto Conscientizar

quarta-feira, 17 de abril de 2013



INACEITÁVEL PARADOXO.


Quem nunca entrou numa rua, na certeza de que havia do outro lado a continuidade, mas que, após longo trecho percebeu que era uma rua sem saída ?   Quantos já se perderam no trânsito, indo parar em local totalmente aposto ao destino desejado ?  Quantos acreditaram, de que o toillet do shopping ficava depois da escada rolante e chegando lá, se viram no sacrifício de ter de voltar tudo outravês ?  Quantas vezes, depois disso tudo, não esperamos de alguém uma forma de consolo pela nossa imprudência, ao invés de deboches e sarros pela “mancada” ou “deslize”.  Quantas vezes um estranho, nessas horas, não nos serve de terapeuta, à esperar dele alguma palavra que nos faça sentir melhor, mesmo diante de uma gafe,  às vezes leve, mas que nos deixa com um enorme sentimento de raiva de nós mesmos, é ou não é ?

O pior de tudo é que isso ocorre com frequência e com a mesma frequência continuamos à nos socorrer, com pessoas, amigos, parentes, estranhos e quem mais puder nos ouvir em momentos de raiva, frustração, decepção, angústia ou desespêro.  Estão achando tudo isso um exagero ?  Então não queiram fazer parte do grupo de pessoas que, involuntariamente, se socorreram no crack ou na cocaína ou em qualquer outra droga de dependência instantânea.

Não.  Não estou viciado.  Não estou porque sei como as drogas poderiam chegar até mim e me fazer cair nessa estranha areia movediça, que puxa as pessoas cada vês mais para baixo e agarra pelos pés, para que nunca ou tão cedo, tenhamos a chance de subir novamente.  Deve ser como viver no umbral ou no vale dos suicidas, num plano espiritual, onde as almas que lá estão, esperam um dia (tal como aqui na terra) ter a oportunidade de sentir a luz.

Vocês não leram errado.  Eu disse sentir a luz, porque é a luz da solidariedade, do respeito e do acolhimento, para com essas pessoas que estão vivendo momentaneamente, no calvário da escuridão e da solidão.  O calvário do preconceito é a luz mais negra que pode existir, o escuro absoluto.  Talvez esteja este em condição ainda pior do que os dependentes, porque estes, em razão das drogas, não podem mais fazer escolhas, ao contrário dos que não são, mas que são próximos por algum laço e mesmo tendo opção, mostram-se mais cego que a própria justiça, cuja venda nos olhos já não representa mais a imparcialidade, mas sim, o descaso.

Ninguém escolhe por livre vontade, tornar-se escravo de tal algóz químico. Não de forma tão voluntária e consciente, porque simplesmente vai contra à principal primícia da mente, que é à de preservar o corpo que o abriga, ou seja, conservar a própria vida.  Inaceitável paradoxo.    Se tal descarrilamento se deu, é porque algo grave, recente ou antigo, foi determinante em transformar conceitos e valores que defendia, à ponto de não defendê-los mais, considerando que fossem estes, seu centro de referência e equilíbrio, até então inabaláveis.

Não mostrar para um dependente uma luz que possa guiá-lo de volta em segurança, para ele, qualquer ação, no sentido de resgatá-lo, será mera demagogia.  Ou se faz um trabalho completo, (oferecendo-lhes ocupação e trabalho após o tratamento) ou não precisa nem começar, pois do contrário, o retrocesso é iminente, pois a desintoxicação se dá apenas no corpo, porque a droga ainda é “inquilina” na mente e cujo despejo, se dará com o tempo e determinação.

A falta de afeto, diálogo, compreensão, respeito e discernimento, para ajudá-los à entender o que não compreendiam, foi responsável por “empurrá-los” para o abismo das drogas.  Agora, tudo que faltou deve ser trabalhado, para trazê-los de volta, com determinação e dignidade.  Para pular das drogas para as nossas mãos, não será um seis por meia dúzia, mas por uma dúzia, pois deverão sentir-se seguros, para, de antemão, poder terem a certeza, de que não voltarão mais para o inferno.  Somos pelo o que somos, mas também pelo o que causamos... por preconceito.

                                                                                       Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !
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domingo, 7 de abril de 2013


QUEM SÃO OS MENORES DE RUA ?

À princípio, são todos aqueles que não gozam  da mesma qualidade de vida e de bem estar, que vivem os nossos filhos, onde estes, gozam de um lar, um bom prato de comida e de uma boa cama pra dormir.   São jovens que muitas vezes não teen uma dupla de pais que os oriente, que os conforte, que os dê carinho, afeto, compreensão e acolhimento, mesmo que presentes na vida deles, mas ausente demais para lhe oferecer tudo isso, quando não fazem o contrário.

                       São jovens e até mesmo adolescentes, que vivem, na prática, o exemplo daqueles que não tiveram  uma formação religiosa, (que na maioria das vezes sustenta e norteia a psicológica), afim de melhor absorverem as suas adversidades, cujas as quais, ou decorrem de sua atual situação ou, o levaram para o mesmo, frente à uma possível falta de perspectiva ou de opções.

                       São jovens, hoje, que apenas olhar para eles, já desperta em nós um receio, quanto das reações que porventura podem ocorrer, se nos aproximarmos demais, principalmente se estiverem em grupos, ou talvez segurando na mão, um pequeno saco plástico, contendo em seu interior, alguma substância tóxica, as quais estejam inalando, seja para não sentirem fome (ou o desejo “ilusório” de aparente satisfação) ou para simplesmente esquecerem a dura e real situação em que vivem, ainda que por alguns instantes.

                       Não faz diferença pra eles, as especulações que fazemos, sobre suas formas de vida, bem como do preconceito natural e comum, advindo da sociedade como um todo.   Isso já é o mínimo que eles esperam de nós, os incluídos.   Novidade, para eles, seria uma ação em conjunto, mas de solidariedade, de aproximação e de confiança.   Quantas vezes um gesto acolhedor já não mexeu com o nosso ego ou aqueceu o nosso coração ?

                      Quando o assunto é solidariedade, estamos quase sempre, presos ao conceito de uma ajuda somente material, mas quase nunca a de natureza humana e gentil, ainda que seja para “ – ...um desses meus menores irmãos...” (Mt 25, 40).    Sabemos que a diferença entre estes e os nossos filhos é grande e, que ainda sim, são todos, imagem e semelhança de Deus, assim como nós pais e os “maiores” infratores, que apenas cresceram junto com os demais, na falta de perspectiva quanto ao nosso socorro à eles.

                     Ficamos muitas vezes, em igual circunstância, quando dependemos de outras pessoas para nos ajudar a resolver um problema importante, porém quando nos falta, resolvemos a situação sozinhos, muitas vezes até, apelando para recursos não muito éticos (...) apenas para sair daquela situação.    A diferença entre nós e os “menores” é que, para eles, essa situação torna-se uma rotina diária, principalmente se tiverem que esperar de nós, por alguma atitude solidária.   Empurrar o problema para as autoridades, parece ser a única atitude ao nosso alcance.

Onde eles estão ?

                 Estão onde possamos vê-los e até sentimos sua  falta, quando não estão entre nós.   Sua presença, por si só, parece nos lembrar ou cobrar, sempre, alguma coisa.   Em sua condição, há muitas perguntas sem respostas, como a que envolve a opção, de viver nas ruas, à viver em família ou, até mesmo em albergues.   
                 É certo que alguns têm um lugar certo pra morar (ou se esconder do frio ou da perseguição), porém outros, não têm muita opção e estão, hora aqui, hora lá, colocando-se em condição de risco, diante dos “maiores” e dos muitos problemas que eles já enfrentam.  Enquanto não se resolve a “questão” pelo âmbito familiar, poderia proporcionar-lhes cursos, para qualificá-los como “guias turísticos mirins”, onde, ao invés de assaltar os turistas, os acompanharia aos pontos turísticos, orientando e informando-os sobre os mesmos, quanto à sua história e curiosidades.
                  Dessa forma, ganhariam a sua dignidade e o direito à cidadania, fazendo parte do mundo que nos pertence, onde seria “excluído” apenas, da parte do mundo que os “homens” rejeitam e desprezam. Com uniformes novos, falando inglês e ganhando gorjetas em dóllar, ganhariam motivação para não voltar à vida anterior, passando à todos uma nova imagem, bem diferente daquelas que causam receios.  Os meninos só precisam de uma oportunidade e eles merecem, porque, agüentar desprezo e preconceito... Haja Deus !

Por que se tornam Infratores ?

                  Uma série de circunstâncias é responsável pela mudança de comportamento.  Até mesmo um cão da raça mais dócil, pode reagir, se for agredido ou mesmo, ameaçado.  Paciência, pra todo mundo, têm limites.

                  O fator psicológico é predominante em cada um desses “meninos” e cada um, embora nas mesmas condições, podem expressar reações diferentes, diante de um mesmo perigo ou de uma sensação de fome ou mesmo consumindo uma droga ou cheirando cola.   A maioria traz consigo, experiências não muito agradáveis de se lembrar ou conviver e, na falta iminente de cultura, formação religiosa e de paciência, poucos são, os que conseguem absorver toda essa adrenalina de emoções, quando a maioria “descontam” a raiva nos transeuntes, em furtos e roubos, seja por desejo de desabafo ou para saciar o estômago.

                   Nenhuma ação negativa ou mesmo violenta, que venha por parte dos “menores” é justificável, porém não se justifica também, deixá-los à parte da sociedade, como “vira-latas”, comendo de sobras e dormindo ao relento. É sabido que muitos desprezam abrigos que são oferecidos pela prefeitura, mas, se alguns deles já teriam passado por lá e rejeitaram o convite, é porque talvez, já  passaram por algum incidente que lhes provocasse a opção de não retornar.   Talvez seja o caso de averiguar as condições de abrigo, nesses lugares.  Ninguém recusa um lugar pra dormir ou um prato quente de comida, se não tiver um bom motivo.

O quê eles querem ?

                     Serem percebidos e não ignorados.  Serem acolhidos, ao invés de desprezados.  Estão em busca de ajuda, para terem uma vida mais digna, mais social, mais humana.   Não são leões em busca de comida.  A fome é decorrente da luta e do cansaço, na busca por um mundo mais solidário e menos egoísta.  A violência é decorrente de uma constante frustração, nessa procura.

                     Há desejos por parte deles, de toda sorte.

Alguns querem ser ouvidos, outros, amparados, outros ainda, acolhidos em novos lares, ainda que com estranhos, para que um dia os possa chamar de pai e mãe.  Os que rejeitam a ajuda, são os que mais precisam de ajuda, pois trata-se daqueles que já não acreditam em mais nada e suspeitam até de outros que se aproximam para oferecer-lhes alguma coisa, como roupa ou comida.
   
                      Infelizmente, estes, fazem parte do grupo que aposta na violência para sobreviverem, pois, são garotos que a incredulidade os fez perder a pouca referência que tinham, inclusive no que diz respeito à vida, quando à tiram, para obter o que pretendem.   É preciso resgatar, não somente os garotos, mas a sua dignidade e o respeito, com alguma ocupação que os tornem cidadãos, como nós, para que referências cruciais sejam mantidas e preservadas, pelo bem deles e o nosso, por consequência. 
Como pedem o que querem ?

                 Da forma como se apresentam.   Eles e as circunstâncias.   Não se pode julgar apenas um dos lados.   O certo seria ambos, relevarem as características do outro, pois isso, de certo, já facilitaria a comunicação entre nós:  Os incluídos e os excluídos.   Mas, esperar discernimento de uma criança ou de um jovem e até mesmo de adolescentes, já descrente de muitas coisas, talvez seja esperar demais.  Fica mais fácil, e isso é óbvio, que a lucidez e o bom senso, parta enfim, de nós mesmos, quanto a relevar a forma de vida e o grau de dificuldade em que vivem, antes de o julgarmos ou sentenciá-los pela falta de maturidade, civilidade ou de educação, quando praticam pequenos, médios ou grandes delitos.

                 Devemos dar graças à Deus, por alguns ainda resistirem à marginalidade ou mesmo às drogas, quando ainda tentam fazer acrobacias nos faróis, não somente para ganhar o “sustento” mas, principalmente para nos mostrar que ainda existe “um” que está resistindo e que, se algo não for feito logo, a próxima vês que for abordado num farol, não será para mostrar acrobacias, mas provavelmente algum tipo de arma, para intimá-lo à passar algum dinheiro, coisas de valor ou, dependendo do temperamento dele, a sua própria vida.

                Nós, os incluídos, só esperamos dos “menores”, alguma forma de violência, enquanto eles, de nós, só preconceito e discriminação.    Quem vai “largar” a primeira pedra ?
Quais as perspectivas ?

              Nenhuma.  Pelo menos, num primeiro instante, é o pensamento que me vêm.   Nenhum dos lados “baixa a guarda” e os governantes não conseguem se quer apartar essa briga.    A única chance para os menores de rua, é dar-lhes cidadania, aqui, em seu próprio País, pois o que mais parece é que se tornaram clandestinos sem pátria, já que ninguém os assumiu, até hoje.

             A idéia dos “Guias turísticos mirins”, não é, de longe, uma má idéia, por trata-se de uma solução eficaz, ainda que paliativamente sazonal.   Uma idéia que certamente seria imitada em vários outros Estados, uma vês que esta problemática não é exclusividade só do Rio de Janeiro.
    
            “Meninos de rua”, “menores infratores”; não importa o nome que se dê.   O importante é que aqui começa o “rastilho de pólvora” e vai culminar, paralelamente, lá na frente, com as demais formas de violência, vivida nos grandes centros e promovida, desde, por traficantes até motoristas neuróticos, que matam por uma simples disputa de vaga.

            Falar em perspectivas para os menores, é como pedir um alcoólico para nunca mais beber.   Eles querem ver mais ação, porém não com violência. Querem acreditar em promessas de melhora, mas não de políticos demagogos.   Querem alguém que os defenda e proteja, das drogas e más influências.   Não é muito, perto de uma problemática, que certamente se tornará mais grave e irreversível, tanto quanto já é, o aquecimento global.    Duvida ?
                        
Enquanto isso...

                  Continuaremos a chutar “essas” pedras do caminho, sem almenos nos importar de onde vieram ou para onde vão, com o nosso chute (desprezo).   Enquanto isso, governantes, políticos, ong’s, etc., vão fazendo de conta que “eles” não existem.   Que são frutos da nossa imaginação, assim como o menor emancipado “champinha”, cuja as atrocidades já é do conhecimento de todos, pela mídia.

                 Enquanto nada se faz, esses “meninos” vão sofrendo a metamorfose e virando meninos maus, seja por conta própria (pela escassez da paciência, pela espera longa e inútil do socorro), seja se filiando às quadrilhas de traficantes, em busca de auto-afirmação e de uma identidade para exibir, carregada nos ombros e  outra na cintura.   Ainda sim, não se pode culpá-los pela escolha, apenas torcer para que um dia, eles não venha visitá-lo em sua casa, quando estiver  servindo um churrasco com a família ou com os amigos, talvez comemorando alguma data especial.

                  Enquanto isso, “eles” continuam ganhando as manchetes dos jornais, sejam como ladrões de turistas, sejam como vítimas de chacinas;  mas nunca são mencionados como heróis “vivos”, de uma sociedade injusta e preconceituosa, resistindo de forma brava e heróica, dia após dia, sem se drogar ou se prostituir.   Só virando bandido que a mídia e a sociedade repara neles.
    
                Uma nação, que tem seus filhos largados à própria sorte, nem Jesus Cristo perdoa !

                                                       Amadeu Epifânio



Somos pelo o que somos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013


HÁ DENTRO DE NÓS UMA ENERGIA SEM CONTROLE.


Olá.  Quantas vezes já nos questionamos sobre atitudes que tomamos em momentos que podíamos jurar que não era pra ter feito aquilo ?  Quantas vezes temos um acesso de nervosismo ou falta de controle com pessoas que até gostamos ou amamos ou ainda com qualquer estranho na rua ou no trânsito ?  Perguntas que nunca tiveram uma resposta plausível, não é verdade ?  Fora outros eventos que também desafiam nossa inteligência e a nossa curiosidade.

Existe dentro de nós uma energia que nos é presenteada quando viemos à este mundo, uma energia que é força propulsora para os nossos projetos e realizações e, por não termos tomado ainda conhecimento de sua existência dentro de nós, ela está presente, só que sem controle e o que é pior, está sendo canalizada para intensificar emoções, principalmente as negativas, como tristezas, raiva, frustrações, etc.  Energia que pode transformar uma simples raiva em momentos de fúria e desta para agressões físicas contra outras pessoas, como fatos que originaram a lei Maria da Penha.

Imagine o que essa energia, canalizada de forma positiva, não seja capaz de fazer.  Num primeiro momento, o que precisamos fazer para diminuir sua força sobre nossas emoções negativas é distribuí-la por outros focos ou metas, como melhorar o rendimento escolar ou da faculdade que estiver fazendo, objetivando melhorar sua média geral ou de uma determinada disciplina.  O importante numa Universidade, não é estudar para apenas tirar uma boa nota numa disciplina, mas estudar para aprender, do contrário convergiremos nossa energia apenas num foco específico e não num global, como ser um grande engenheiro, médico ou advogado (e não apenas mais um entre tantos).

Quando nos sentimos desmotivados à fazer grandes projetos, é porque estamos deixando essa energia ser canalizada para outros propósitos menos produtivos, fazendo com que fique ela toda acumulada e centrada numa tristeza decorrente, proveniente de um evento, talvez até inevitável como a perda de alguém importante para nós.  De qualquer forma, ficar muito tempo num sentimento de luto pode ser perigoso, pois nosso corpo estará desprovido de defesas emocionais, estando a energia toda canalizada no luto.

Qualquer atividade paralela que possa ser feita ou executada durante a fase de luto, pode ser benéfica para o corpo, pois estará “roubando” um pouco desta energia que está canalizada, minimizando a tristeza (muitas vezes até depressiva).  Não se trata de fazer esquecer do ente que se foi, mas sim para proteger o corpo e o emocional, para continuar vivendo e protegendo os que ficaram, ainda sob o seu carinho e proteção.

Essa força, essa energia que todos nós temos, muitas vezes é o que precisamos para nos recuperar de uma situação difícil ou dolorosa e recomeçarmos de onde paramos.  Se estiver difícil, converse com Deus, exponha o que está passando e verá que logo logo tudo se resolverá.  Energia para isso nós temos, só precisamos fazer uso correto dela.

Viver bem é Possível, por outro lado...somos pelo o que somos. 


                                                           Amadeu Epifânio


Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !