(Deixe o coração decidir).

Prezados leitores, ainda ontem, estive num laboratório, para fazer um ecocardiograma.
Não sei se há alguém (entre os leitores) que já tenha feito este
exame. Para mim foi a terceira vez (dado
à um problema de espessamento, que tenho em minha Válvula Aórtica. Como de costume, há momentos em que o operador da máquina, permite que se ouça (alto) o som do coração, sob vários pontos, à
depender do que se esteja verificando naquele momento.
Pela primeira vês, fiquei vislumbrado com aqueles sons,
pois parecia o som de máquinas operando simultâneamente, de forma rítmica e
contínua. Continuidade, a palavra que não saiu mais da
minha cabeça, durante o exame e também agora. Vi e ouvi o quanto essa máquina
trabalha, quase indiferente ao que fazemos.
Porque, cá pra nós, quantas vezes vivemos nossa vida, pensando na
máquina que nos sustenta de pé ? Quantas
vezes relevamos sua importância, ao nos expôr de maneira imprudente ?
Um certo amigo, com quem trabalhei à uns anos atrás, que
trabalha com assistência técnica de motores (e outros produtos), disse-me com
muita convicção:
“Amadeu,
o motor é uma máquina fiel, projetada e fabricada para te dar o torque
necessário, para mover qualquer coisa, para o qual ela foi projetada. E o motor continuará à te dar esse torque e
potência, não importa o que aconteça.
Mesmo que as condições não sejam favoráveis, mesmo que a máquina que ela
impulsiona esteja com problemas, o motor vai continuar trabalhando da mesma
forma, para te dar o mesmo torque, com a mesma força e potência. O motor pode esquentar, enfumaçar, pegar fogo
e até queimar (o enrolamento), tudo para te dar a potência que lhe está sendo
exigida.”
Assim é o nosso coração, nossa máquina. Quando ouvi bater meu coração, durante o exame, me
senti tão pequeno, diante de um barulho tão estrondoso. Naquele momento bateu-me um remorso, do
quanto estava abusando daquela energia, sem se quer mencioná-la em meus
pensamentos e esforços, fosse qual fosse.
Aquelas batidas me fizeram lembrar o quanto tenho de compromissos à
cumprir, enquanto puder ouvir aquele som.
Qualquer ato ou pensamento, que venha desprezar a existência do coração,
é um ato de desrespeito para com Deus.
Sim, porque Ele nos deu o único órgão do corpo, sobre o qual não se cai
a chaga de um câncer e que qualquer outro
problema que ele venha ter, será resultado da minha imprudência e negligência.
A vida não pode acabar, antes que o coração pare de bater. Dele vem a energia e o oxigênio para a vida, para que através disso eu possa
fazer o que me foi predestinado. Sim, a
espiritualidade explica-nos a essência da nossa existência, nessa vida
terrena. Espiritismo explica que vivemos
por um propósito maior, que é a assistência ao nosso semelhante, de acordo com
as condições e capacidade que dispomos. Isso atenua a dor consequente, relativo
ao nosso resgate, para a nossa evolução, os quais inibem a repetição dos
nossos erros em vidas presente e futura.
As pessoas que nos machucam, são nossos desafetos, os quais
representam aqueles à quem ferimos em vidas passadas, tanto física, quanto
emocionalmente, quanto psicologicamente.
Nossa encarnação é uma jornada, repleta de desafios e
recompensas. Não tenhas medo, mas
confiança, de que jamais estarás sozinho. Mas é essencial mantermos a
ligação com nossos mentores, pois eles tem a missão de nos guiar em nossa
jornada. Deus respeita nosso livre arbítrio, por isso, se quisermos sua ajuda,
devemos refletir a forma com que usamos nosso livre arbítrio, se com sabedoria
ou com imprudência. Ah ! se pudesses ouvir o coração, como eu ouvi.
Esta vida nos é permitida, enquanto o coração estiver
ativo, rítmico e contínuo, nos fazendo lembrar a missão pela qual regressamos à este mundo,
através do corpo que recebemos, como instrumento de trabalho. Matar este instrumento é jogar fora e
desperdiçar, uma chance que não sabemos, quando nos será permitido ou possível
obter novamente, pois que “fila” dos que precisam de um corpo, para resgatar seus erros, é grande e, enquanto não conseguirmos, não desfrutaremos da
convivência celestial, com todos que já alcançaram esse grau e talvez já não
precisam mais encarnar, para sofrer, pra evoluir.
Sempre que ouvir o coração, depois de uma corrida ou num
momento de cansaço, lembre-se de que não está aqui à toa e que os dons que
recebeste, são para ser usados em benefício dos que precisam, assim como nós
necessitamos dos benefícios de outras pessoas, num ciclo interminável (pelo
menos enquanto o coração bater).
Enquanto assim se fizer, não haveremos de nos
sentir vazios ou incapazes o bastante, à ponto de acharmos, que não há mais
nada à fazer e que portanto, já é hora de ir embora. Deixe o coração decidir. Ouça-o, se ele continua à bater com a mesma
força, é sinal de que há muito que fazer ainda, o bastante para não termos
tempo de pensar em parar com tudo. Nosso
trabalho deve estar completo, para não dependermos tanto, de ter de voltar
tão rápido, à fim de concluir o que deixamos para trás.
QUER IR EMBORA ? DEIXE SEU CORAÇÃO
DECIDIR !
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.
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