NA (MINHA) VISÃO ESPÍRITA.
Existe muita estigma punitivo em torno do suicídio, quando
o que o ocorre na verdade, é que o suicídio é uma decisão involuntária e
inconsciente. E digo isso como Psicanalista que sou. Se não vejamos. Se uma
pessoa em extremo estado de dor e sofrimento, momentâneo ou persistente, é
levado pelo inconsciente à cometer suicídio e se, nesse momento fatídico lhe
fosse permitido ver-se (espiritualmente), fora do seu corpo, vendo o mesmo,
separado da dor que lhe consome e, lhe sendo permitido escolher qual dos dois
desejaria “matar”, é óbvio que a opção seria tão somente a dor. O problema é
que a dor está no corpo e cuja morte é um processo decorrente, embora trágico.
Suicídio pode ser decorrente de muito sofrimento (não compreendido) ou, pelo
medo de sofrer uma dor que, desde já, acha que não suportará.
É esperado que toda pessoa que desencarna, passe antes pelo
Umbral (estágio intermediário entre a vida terrena e a vida desencarnada), à
fim de rever seus erros e aperfeiçoar-se, para atingir estágios superiores. Não
creio no “vale dos suicidas”, pois que os suicidas também vão para o umbral,
pois que, (à meu ver), apesar de aparentemente não pesar culpa pelo ato, ainda
carregam consigo o fardo de ter interrompido, não apenas a vida, mas a
oportunidade que lhe foi dada através do corpo que ganhou, para resgatar o
passado, sobre o qual também consentiu, antes de reencarnar. Neste caso, o que
diferenciaria seria o tempo que passaria no Umbral (que também não é lá, muito
agradável de se ficar, sendo também um lugar de tormento e lamentações).
Podemos não lembrar do que se passa nesse processo
reencarnatório, mas é nosso dever aperfeiçoar-nos sobre o entendimento da vida,
de si próprio, do propósito que trazemos conosco, das expiações e da aceitação
do sofrimento como parte do processo evolutivo, o qual todos participamos,
reduzindo em cada nova encarnação e respectivas provações e dívidas pregressas.
Se de fato existisse o vale dos suicidas, então haveria de existir também, o
vale dos assassinos, dos abusadores, estupradores, atropeladores, etc.
Não se trata de ironia, apenas uma analogia simbólica, de
que um suicida não é mais culpado que uma pessoa que tira a vida de outrem,
como em assassinatos, feminicídios, surtos psicóticos, etc. Dizer, no senso comum, que ele terá
um lugar próprio de tormentos, me desculpe, isso é julgamento e não
estamos autorizados à proceder de tal forma, não importa o erro de alguém que
desencarnou ou do quanto nos achamos “santos” encarnados.
Se não podemos nos
elevar, à dizer e pensar com boas vibrações, para com alguém que se vai desta forma,
então melhor que não digamos nada.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-didata.
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