Uma criança guarda em si a memória de algo
perturbador e, ao
crescer, usa o próprio corpo adulto para demonstrar o que
viu.
Não
devemos ter medo dos homens, mas de seus inconscientes reprimidos, os quais
guardam coisas que só iremos poder imaginar, quando for demonstrado com toda
fúria que viu acontecer em outra pessoa, que maltratava outra pessoa. A fúria com que vimos alguém agredir alguém,
é a forma daquela criança adulta, demonstrar o que viu acontecer, com alguém de
sua família. Se acaso não fala o porque
está fazendo, é porque a idade em que viu acontecer, era não tenra que não lhe
permitia falar (primeiros meses). Mas
seu inconsciente assistiu tudo, fazendo valer-se dos sentidos já desenvolvidos
na pequena criança, como audição, olfato e visão.
É
uma lembrança que poderia ficar presa dentro de si para o resto da vida, não
fosse os gatilhos psicológicos, que liberam suas memórias, fazendo-o
demonstrar, de forma nua, crua, física e com o furor característico, a imagem
de tudo que não queria ter assistido, mas não teve como evitar. Torcidas organizadas, agressores de
feminicídio, lutadores de MMA, entre outros (que parece sentir prazer em usar
violência), estão de alguma forma, representando um cenário e um personagem, do
qual fizeram parte de alguma forma. Nestes casos, o óbito passa à ser um ato
consequente, porque criança pequena não sabe o que é matar e morrer. Tudo que ela faz, relembrando o fato, é
demonstrar o que viu, ou seja, ver alguém "machucar" muito, outra
pessoa.
O
óbito, repito, pode estar no "roteiro" ou ser resultado exagerado da
demonstração. Serão culpados ? Durante o seu crescimento, uma pessoa tem
todas as chances de receber uma formação tal, que mantenha essas lembranças
presas, dentro de si. Se alguém é mau,
cruel, agressivo ou assassino, então é uma culpa que deve ser dividida com quem
deveria ter feito a diferença na vida deles (pais, educadores ou aqueles que
apenas criaram, mas não educaram).
Lembremos
que, em razão do zero entendimento de uma criança pequena, ela absorve sem
avaliar a intensidade da agressão que assistiu.
É o seu inconsciente quem guardará essas memórias em seu reprimido
(nossas caixas pretas), à espera que sejam acessadas, entendidas e
extintas. O que acontece hoje é que, não
são acessadas, não se tem a curiosidade de entendê-las e o que se "extingue"
não são as memórias.
Não
estou à defender agressores, estou defendendo a prática do raciocínio, da
curiosidade, de entender que nada é por acaso e que tudo existe uma razão
pregressa que faz com que, qualquer pessoa, mesmo nós ao proferir uma ofensa
contra uma criança de 3 anos e ela poder um dia, vir à tornar-se compulsiva
alcoólica, dependente química ou vir à cometer suicídio. A presença de agressores (físico e verbais)
hoje, é um espelho de uma educação deficiente ou ausente.
O
que significa ofensa, para cada um de nós ? Como saber se não estamos fazendo
algo semelhante, dentro de casa ? Não julgue, não censure, não discrimine, sem
antes entender os fatos. Fazer uma
análise vazia, é tornar-se o personagem que a criança o viu atentar contra a
vida de outrem. Uma pessoa pode ser
atingida fisicamente, moralmente, emocionalmente, psicologicamente ou até tudo
junto.
A vida sempre permite mudanças
e.. NÃO TERIA GRAÇA SE FOSSE TUDO TÃO FÁCIL !
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-didata.
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