Conhecer
para resgatar.
É sempre desolador o estado em que torna
um usuário de drogas. O relapso para com
sua própria higiene, sua total falta de vaidade, genericamente falando,
culminando numa condição degradante e humilhante, perante familiares, amigos e
também perante si próprio, muito embora não admita ou reconheça.
Mas afinal, em que realmente está a sua
dependência ? Ao contrário do que
acreditamos, a dependência não está na droga que o jovem consome e sim, nos
eventos que ele usa como fator motivacional, para a procura e consumo da
droga. Estes eventos nada mais são do
que experiências negativas adquiridas ao longo de sua vida e temperada com
sentimentos de rejeição, negação, abandono, desleixo, ausência física ou
psicológica (ou ambas), enfim, qualquer sensação dessas já dão um sabor amargo
na vida de um jovem e que, pela falta de uma melhor formação, segurança ou de
equilíbrio emocional, a mente sai em busca de algo para conter uma angústia
insuportável, que por ser elevada, a droga parece estar classificada para atender
à essa demanda e de forma rápida e eficaz.
Estas experiências negativas concorrem
para uma concepção também negativa em relação aos pais, por estes terem
supostamente (ou verdadeiramente) falhado no momento em que ele (ou ela) mais
precisou. Negligência, ausência,
omissão, negação ou desinteresse. Um desses momentos (causados geralmente por
um dos cônjuges), gerou no jovem (no que concerne ao seu problema índice) uma
grave falta de perspectiva, quanto à ver resolvido o seu conflito ou sua
angústia de procedência inexplicável e insuportável.
Não importa a droga que ele esteja
usando; se mais forte, significa que ele está precisando de mais, para manter
oculto o que a droga insistentemente lhe faz lembrar, num ciclo repetitivo e
doloroso para todos os envolvidos. Existem
os casos graves da dependência, com sinais de violência, agressividade verbal e
até assassinato contra os pais, avós ou tutores. As prováveis causas para se
assassinar os pais, estão descrito no quarto artigo desta mesma série, aqui
neste mesmo blog, na primeira página.
Para tirar alguém das drogas, não basta
somente uma abstinência compulsória, porque os fatos que o levaram para as
drogas, ainda está dentro dele, em algum lugar, fazendo enorme pressão de
dentro para fora, isto é, do seu emocional interior para o seu consciente. É preciso investigar à fundo e com calma,
tudo que está dentro dele e pôr para fora, para ser tratado e resolvido,
ficando mais fácil, rápido e bem menos doloroso a sua recuperação.
Quem está neste calvário à mais de 20 ou
30 anos, muito há para ser lembrado de ruim e que ninguém sabia (talvez nem o
dependente) e que só ficou sabendo da forma mais cruel e duradoura que existe. Ele não usa as lembranças para consumir e sim
para justificar-se da dependência que contraiu e pelo qual muito se arrepende e
se culpa, sem contudo, dividir este sentimento com quem quer que seja.
O que o usuário quer, em primeiro lugar,
antes de deixar a droga, é certificar-se de que o lugar, para onde querem
leva-lo, atende suas expectativas quanto ao ambiente e às pessoas com quem
voltará a viver, talvez novamente, se na mesma família.
Ele está vivendo o velho ditado de que
não tem mais nada à perder e com usuários que pensam desta forma, eles
tornam-se mais criteriosos quanto às coisas que quer ouvir, de quem quer ouvir
e da forma que quer ouvir, do contrário não sai nem do lugar, pois que o corpo
já adaptou-se à sua nova condição, embora ainda sofra na abstinência.
Uma coisa essencial é a forma como se
encara um filho como “Ex” ou ainda dependente, já que essa postura será de
fundamental importância para o processo de decisão de tratar-se (ou não). A grande maioria dos familiares o tratam como
um dependente de drogas, quando o ideal seria encarar como um filho que
contraiu uma doença e que precisa do apoio de todos para a sua
recuperação. Se prevalecer o
preconceito, grandes serão as chances de novas e futuras recaídas.
Um ex-dependente necessita ter ocupação
constante e se estas atividades virem à lhe proporcionar certo prazer, melhor
ainda. Pelo menos, no início, desenvolva
atividades descontraídas como foco, isto é, frequente, contínuo e
agradável. Isso reduz os efeitos
sofridos pela pressão da abstinência.
Depois que acontece, não adianta ficar
apontando culpados e sim saber, se for o caso, se há quem o dependente repudie
ou hesite em conversar. Isso deve ser
respeitado, pois que uma negativa pode ser prejudicial para o dependente, que
pode demorar mais para voltar para casa, minimizando as chances para dialogar,
além de ficar ainda pior.
Aproveite esses momentos para tentar
extrair os conflitos que carrega consigo, pois que não deve ser poucos. Com o familiar que tinha mais afinidade,
reconheça que cometeram erros que o levaram à sua nova condição e pergunte se
algum dia ele será capaz de perdoar.
Depois faça o mesmo com aquele que esteja evitando e dê tempo para que
tudo isso seja sugerido à mente como sugestão e, se aceito, será grande as
chances dele querer livrar-se deste terrível “encosto”.
100 DEUS, 100 CHANCE. Não deixe de compartilhar e conversar sobre
este novo desafio. Fale com Êle todos os
dias, faça-o conhecer tudo que está acontecendo e esteja atenta à tudo que
acontecer, pois que Êle lhe dirá o que precisa fazer. Confia... e escute. Boa sorte.
Amadeu Epifânio
Projeto Conscientizar – Viver bem é
Possível !
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