Projeto VIVA +

sábado, 19 de outubro de 2013

BULLYING

PORQUE AINDA PRESENTE E PERVERSO ?


Eis uma pergunta que nos leva à duas reflexões, qual seja, o da persistência desta forma de perseguição e também do porque de tanta severidade ao abordar pessoas escolhidas à dedo, para servir de bode expiatório em seus conflitos, quase sempre, familiar.  E vem a pergunta que não quer calar:  Porque maltratar com tanta maldade, alguém que mal se conhece direito, que não fez qualquer tipo de provocação e que apenas compartilha da mesma sala de aula ? 

O modo pacato (de sua vítima) já seria, para o agressor, uma provocação. Porque ? O jeito quieto, pacato, quase indiferente, irrita porque reproduz, provavelmente, o modo de como pode estar sendo tratado pelos pais ou um deles, isto é, de forma omissa ou negligente ou indiferente, à vida dele e dos problemas que pode estar passando, o que causa no agressor, muita decepção, raiva e a concepção negativa que ele alimentará, pela constância do comportamento dos pais, repetida mais de uma vês.

Como ele não pode agir em represália contra os pais e a raiva fica e ferve dentro de si, ele segue sua rotina na tentativa ou de esquecer ou de buscar uma forma de dar o troco.  Mas no colégio ele não pensa nem numa coisa nem em outra, até que ele percebe, num determinado colega da sua classe (ou de outra), um comportamento que muito se assemelha ao do pai ou da mãe (não importa o sexo) e que muito o decepcionou e machucou.

Até aqui, o nosso jovem problemático está se sentindo decepcionado e rejeitado, sentindo muita raiva de quem o machucou e, ao se deparar com alguém com o mesmo perfil do seu algóz, ele parte pra cima, primeiro com deboches e ofensas verbais, com o objetivo de ferir moralmente os pais, representado aqui pelo colega e vítima.  Como vê que o colega não reage e não se defende, isso só faz aumentar a sua ira como forma de provocação, passando ele à reagir e revidar o comportamento indiferente do colega, de forma ainda mais dura.

Este sentimento de rejeição pode vir também, de um tempo passado e que já vem sendo mantido e alimentado, muitas vezes sem os pais se dar conta do que estava acontecendo, principalmente no aspecto interno, ou seja, com o emocional ferido e machucado do filho, que por não ter expectativas de curto prazo, quanto à ver resolvido seu conflito e por ter pouca idade, desenvolve mecanismos inconscientes de defesa como instinto de sobrevivência e, de forma autônoma, machuca aquele colega como se fosse os próprios pais, por traços iguais de comportamento.

Há de ressaltar que o Bullying não é uma atitude totalmente consciente de quem agride (não importando muito o modo da agressão) e sim uma reação inconsciente da mente, com atitude involuntária proporcional ao nível de formação e de convivência familiar até o momento da sua mudança de comportamento.  Eu já havia dito em outros artigos que o nosso emocional tem uma idade proporcional à de uma criança de 3 (três) anos, que são os nossos impulsos, aquele que quando ardentemente desejamos algo, não pensamos se irá nos prejudicar ou nos machucar, muito menos, aos outros.  Simplesmente queremos e pronto.

Agora imagine um impulso emocional de três anos num corpo de uma criança ou de um jovem. Uma mistura perigosa, não acham ?  A persistência no Bullying se dá porque, quem toma a atitude de agredir é este emocional interior e infantil.  Mas o que ele quer, não é apenas agredir e sim, machucar muito, como seus pais o machucaram em dado momento e esta vítima está representando os pais, na concepção “interior”. 
A perseguição é apenas a forma para se chegar ao objetivo.  Quando o objetivo é alcançado, isto é, quando sua vítima encontra-se num estágio traumático e quase depressivo, seu emocional dá-se por satisfeito, encerando suas ações contra aquela pessoa, o que não significa ele partir para uma nova vítima com o mesmo objetivo ou quem sabe, “sossegar” um pouco, o que vai depender do seu relacionamento em casa com seus “algozes”.

Quem pratica Bullying precisa tanto de ajuda quanto sua vítima.  Quem pratica Bullying carece ser assistido psicologicamente ou com psicanálise.  Isso significa tratar o problema na fonte e não ficar remediando com campanhas para criminalizar o Bullying, assim como quem o pratica.  Seria como pôr uma arma na mão de uma pessoa em estado de fúria.  Não é difícil imaginar o desfecho.   Outra coisa que não devemos confundir é Bullying com preconceitos de naturezas diversas. São duas coisas diferentes, embora em ambas, quem pratica necessita de ajuda.

Vamos tratar o problema como ele deve ser tratado.  Todos saem ganhando.

                                                            Amadeu Epifânio


Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !



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