Projeto VIVA +

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CAMINHÃO DE SINTOMAS !


QUAL O TAMANHO DO SEU ?


Devemos considerar a libido (não como estimulante sexual), mas como a energia necessária para sairmos do estado de estagnação que o transtorno nos deixa.  Um outro fator negativo para os que possuem transtorno (todos eles), é fazer uma “feira livre” de sintomas, de tudo que possa ser encontrado ou sentido, como tudo sendo parte do transtorno que tem.  Se sentimos pontada no dedão do pé, é sintoma, se o corpo esquenta ou esfria de forma repentina, é sintoma do meu transtorno.   

Com isso estamos tentando transportar um corpo (o nosso) com uma gama muito grande de sintomas “comprados”, muito além do que de fato existe, em cada transtorno.  Esvazie seu caminhão de sintomas, para sinta sua vida muito mais leve de carregar.

De acordo com Freud, o ser humano apresenta uma fonte de energia (libido) separada para cada um dos instintos gerais.   Ou seja, nossa libido não deve ser entendida como estimulador sexual ou concentrá-la sempre que considerarmos nossa condição no limite.   Imagine a Libido como bolinhas de gude.  Toda vez que achamos que tudo está contra nós, nos achando culpados pela existência do mundo, concentramos todas as bolinhas em um único lugar, tornando difícil, desta forma, pensarmos diferente.  

Porém, no momento que conseguirmos uma distração qualquer e por tempo prolongado, as bolinhas (nossa libido), começam à se dispersar, se espalhar e, consequentemente, aos poucos, começamos à sentir uma espécie de leveza e bem estar, porque toda energia que estava concentrada, começou à se espalhar pelos pontos vitais do corpo e, assim devemos fazer por preservar.

Um outro fator ainda é responsável por atrasar nossa vida:  Comorbidades.  Se tem uma coisa que aprendi nos meus 20 anos de pesquisa, é que eles não existem de verdade, isto é, ninguém (absolutamente ninguém), possui mais de um transtorno.  Mesmo a depressão ou fase depressiva, é sintoma consequente, o que significa dizer que, se bem tratado e medicado, a depressão não tem porque existir.            E mais, o que pensam ser depressão (associada à um transtorno) é na verdade uma forte sensação de impotência, diante de uma sensação que não entende porque ela existe e, por não entender, se enquadra numa categoria do CID-10 ou DSM, gerando um tipo de transtorno e com ele, os sintomas correspondentes.   

Já foi dito algumas vezes que, não sofremos por ter transtornos e sintomas, mas por não compreendê-los.  Não precisa descobrir de onde veio, mas descubra como conviver com seu "inquilino", para que possa conviver em harmonia. 

Sintomas de transtornos se dividem entre principal, decorrentes e consequentes.  Por exemplo:  Sentir medo ao entrar no elevador é Síndrome de Pânico (sintoma principal).   Não querer sair à rua pra não ter que entrar num elevador, é decorrente.  Tornar-se uma pessoa insegura, é sintoma consequente.  É um efeito dominó, mas que a grande maioria “compra” tudo como principal e mais, querendo se medicar pra tudo, quando bastava apenas, tratar o sintoma o principal e o resto não existiria.

É comum, admito, sair “comprando” ideias de que tudo que acontece são sintomas do meu transtorno.  Acredite, sei como é isso.  Mas se não controlarmos esses impulsos, precisaremos de um “caminhão” ainda maior e começaremos à nos arrastar, ao invés de viver.  Mas ainda dá tempo de termos uma vida muito mais aproveitável e melhor vivida, se começarmos à ser mais “seletos” nos sintomas que verdadeiramente temos.   

Está mais do que na hora também, de exigirmos dos nossos psiquiatras, maior competência no exercício da especialidade que escolheram, pois que, estão à usar seus pacientes como cobaias de laboratório farmacêuticos, empurrando placebos que não funcionam, fazendo não só, estender o sofrimento dos mesmos, como desestimulando-os à continuarem o tratamento (quando não acabam com a própria vida, junto com o sofrimento).   ISSO PRECISA PARAR !

Professor Amadeu Epifânio

Projeto Viva+ (Por um Caminho + Seguro)

              


domingo, 17 de junho de 2018

NADA FICA NO ESQUECIMENTO !

MESMO O QUE NOS FEZ GERAR NOSSOS TRANSTORNOS.



Nossa vida está sendo "registrada", desde os primeiros momentos de sopro, quando a vida intrauterina é formada dentro de um ventre, à partir do seu quinto mês de gestação.   À partir de então, uma série de experiências vividas pelo pequeno ser, começa à fazer parte dos registros da história da sua vida.  Quando nascemos, a vida não começa, ela simplesmente continua, como uma grande jornada. 

À medida que vai crescendo, vai experimentando emoções e ganhando conhecimento e conhecendo pessoas novas e tudo isso vai sendo registrado, nada passa batido.   Algumas emoções extrapolam demasiado, suas expectativas (quando vem ao mundo), quando é censurado por suas maiores paixões, que são os pais, porém, como o desejo do pequeno ser é de amá-los incondicionalmente, ele acaba perdoando (quando não, aprendendo algo mais). 

Porém, seu inconsciente (nossa "caixa preta") não perdoa e registra dentro de si, este episódio, assim como tantos outros, que ainda virão.   Emoções de alegria, felicidade, contentamento, tristeza, dor, sofrimento, cada sentimento correspondente à idade em que está, em cada momento e, tão forte quanto o que sentimos, quando adultos.   

Esta "caixa preta" de nossas memórias e de nossas experiências emocionais, só pode ser aberta de 3(três) formas, à saber: Por um terapeuta, pelas drogas e pela compulsão alcoólica.  As duas últimas precisarão do primeiro (terapeuta), para corrigir a verdadeira causa ou, entrarão em reincidência novamente, ao próximo contato que tiverem, não importando quanto tempo tenha passado. 
 
A quantidade e conteúdo aritmético desta caixa pode influenciar nossa vida, temperamento, medos, ações e personalidade.  Se achar que está perdendo o controle sobre situações banais, é um alerta de que o conteúdo desta caixa, começa à "vazar" e incomodar.   Não é para entrar em pânico ou desespero, mas pensar que é hora de procurar ajuda profissional.  Todo transtorno é psicológico, podendo ser tratado (se por um bom terapeuta ou terapia conitiva).

Por hora, tenha por si que, ninguém é perfeito e nada é 100%, portanto não espere perfeição em ninguém, mas faça valer seus princípios, pra você fazer o que for certo, não importa a correnteza em contrário. 

Muita coisa que consta nessa caixa preta, é conteúdo extraído do ambiente, ou seja, nem tudo foi nós que passamos (mais um motivo para não se alarmar).  

Respeitar a vida, significa valorizar nossa história, porque sempre haverá o que nos orgulharmos (ainda que, momentaneamente, esteja sufocado pela dor).   Aprender com as experiências é saber administrar o conteúdo de nossa "caixa preta".


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista



domingo, 29 de abril de 2018

SUICIDAS !!!



PORQUE É DIFÍCIL ARGUMENTAR COM ELES ?


Pessoas com ideação suicida tornam-se criteriosas no que querem ouvir, mesmo se para tentar fazê-la desistir.  Resultado de uma "senha" específica, uma palavra mau utilizada algumas vezes, que se encontra em mensagens subliminares, postada em redes sociais.

Uma das primeiras regras é não rebater argumentos com outros que nada tem haver, tipo panos quentes (que mais arde do que ajuda nessa hora). Rebata sem críticas, censuras ou julgamentos, os argumentos que o suicida alegar como motivação.   Nem sempre a motivação está no que se pensa ser (mas em fatores psicológicos inconscientes).  O suicida faz uso de uma motivação, por achar que à dele é predominante o suficiente (não para tirar a própria vida), mas como solução paliativa do problema.  

Tudo que está acontecendo esta sendo promovido por um inconsciente que, tem na opção de "morte do problema", a saída mais adequada, ao momento da pessoa (de não conseguir suportar a dor) e, por não ter acesso à outros fatores pessoais, que poderia impedir o feito.  Geralmente um suicida está sob forte decepção de alguém ou frustração por não ter conseguido algo, somado ao medo da vergonha ou por estar sentindo-se pressionada.

Outra dica é ganhar tempo, até a chegada de socorro, como bombeiros.   Alguém que tenha uma boa conversa, e não diga besteiras nessa hora, pode fazer a diferença. O que um suicida mais deseja nessa hora, acredite, não é tirar a própria vida.   Anunciar a tentativa é uma forma desesperadora de pedir socorro, pra que alguém o tire daquela situação, mesmo que pareça que queira o contrário.

Aja com respeito apropriado ao momento, que é o mesmo que desejaríamos nesta hora difícil e dolorosa.

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista



sexta-feira, 27 de abril de 2018

ENSINO PÚBLICO


Porque os Jovens estão Relutantes em Aprender ?


Por mais aterrorizante que seja uma bagunça em sala de aula e, mais ainda se as “crianças” já tiverem certa idade, devemos ter em mente que, na maioria das vezes, o ambiente escolar funciona nada mais nada menos, do que válvula de escape e, “bater de frente”, nunca é a melhor estratégia, ainda mais considerando uma série de variáveis, como por exemplo, as condições de moradia e o “ambiente” que vivem, entre outras.

     A grande maioria desses alunos, que partilham da mesma “diversão”, perderam o interesse (não nas aulas), mas numa possível e futura aplicabilidade da mesma, frente aos desafios que enfrentam, em seu ambiente familiar (ou o que sobrou dele). É muito difícil se pensar em futuro quando o presente já é tão incerto.  Mais do que interesse, o que eles precisam é de um propósito (de uma visão), para que o ensino possa significar algo mais para eles.

     Como o modo de vida deles é tão incerto e, cada um tem sua própria história, natural que cada um deles almeje sua própria perspectiva de futuro, embora a grande maioria tende para um pessimismo convergente. Os que ainda “resistem”, isto é, não partilham da mesma rebeldia escolar, são demasiadamente poucos para influenciar e, ao mesmo tempo, minoria expressiva e vulnerável à influência oposta.

     A estratégia que mais se aproxima, ao grau de expectativa desta realidade, é torná-los úteis (primeiramente) à si próprios, em seguida para outrem. A primeira parte é, sem dúvida, a mais delicada, complexa, relativamente longa, mas que nem por isso deve ser considerada como algo impossível.  Mais uma vez aqui, o objetivo não é o de enfrentamento (o bater de frente).  Procurar disciplinar os impulsos, substituindo por tarefas que sejam relevantes, tanto para a escola como principalmente para eles.

     Haverá resistência no início, é natural, mas eles precisam ser desafiados (porque já estão sendo), por novos desafios, para fazê-los se sentirem úteis à si próprio, em seguida perante outros.  O desafio que ora sentem é o de se manterem “ocupados”, para não pensarem nos problemas pessoais que os sobrecarregam (incluindo a escola ainda como fator agregante). Evidente que essa reação é totalmente involuntária e inconsciente, o que explica a dificuldade no trato com eles e até mesmo o revide agressivo, que vez ou outra fazem uso.
 
O ser humano vive para alimentar e proteger seus maiores medos  
e fará isso com os “recursos” que encontrar disponíveis,          
primeiro na mente.
    
Psicologicamente e inconscientemente estão se sentindo largados e abandonados, mas não agora, na idade em que estão, mas desde uma fase ainda mais precoce, cujo sentimentos vem se arrastando e acumulando, até o estágio em que já podem “se defender”, porém no intuito de se protegerem, para que o que passam ou o que lhe fizeram, não volte à acontecer nem sofrer.   Sua reação passa à ser o seu “escudo”. Estão acuados e temerosos.

     Este quadro psicológico dá-se mais em escolas públicas, muito embora em particulares, não seja tão difícil ocorrer o mesmo cenário. Menos frequente, mas possível.

     É preciso mudar a forma de enfrentamento (não que venha acarretar alguma forma de sobrecarga para os professores), pelo contrário, sabendo como lidar, o desgaste será bem menor e os momentos de tensão serão substituídos por mais colaboração e participação e, havendo progresso, os alunos o usarão como “recursos psicológicos” para lidar com seus problemas pessoais (invertendo os papéis).   Nossa mente procura sempre promover o estado psíquico do corpo e, para isso, faz uso da formação que absorve do meio. O tipo de comportamento que apresentam, denotam a forma de vida que levam.  Não sofremos por ter problemas, mas por não compreendê-lo.

     A predominância aritmética deste conteúdo, é que será determinante na sua convivência, no meio que partilha. No nosso caso, a escola.   A metodologia de aprendizado deve estar centrada no anseio dos alunos, em serem desafiados, ao menos no início, para convergirem a atenção dispersa, em foco que seja mais interessante e benéfica para o corpo, (na visão da mente inconsciente).  Todo diálogo, até o progresso, está sendo feito com o inconsciente do aluno (e não ele, especificamente), que notará os resultados, sem contudo perceber, como ou de que forma, os obteve, mas que certamente, os adotará.

     Vivemos já, as dificuldades e descasos dos governantes, para com o ensino em nosso país e no baixo reconhecimento do ofício docente, em praticamente todas as esferas de ensino público, da creche à universidade, passando pela omissão de recursos financeiros, para preservação da estrutura física de todos os prédios correspondentes. De fato enfraquece qualquer estímulo necessário à manutenção do aprendizado (para docentes e discentes) na forma que muitos anseiam e precisam, tendo que conviver e “sobreviver” com o que resta.

     Esta é a razão, pela qual sugiro minha posição à cerca do comportamento de muitos dos alunos (como Pesquisador e Psicanalista Auto-Didata) não apenas relutantes no ensino, mas ariscos à qualquer forma de abordagem que venha obrigá-los à portarem-se, para que a aula, enfim, possa ser dada. Os alunos querem e precisam estudar, mas precisam ter reduzidos sua inconsciente resistência, a qual não conseguem controlar por si próprios, simplesmente porque não tem subsídios (por formação) que os faça manter – voluntariamente – o foco no ensino e também no estudo.


     Como proposta para convergir a atenção, pode ser feito:


1)    Atribuições individuais de tarefas de organização em sala de aula                                e escola, como fiscais em (Carteiras, bebedouros, banheiros, portões, etc.) 

2)    Fórum de debates de matérias dadas em aula e aplicabilidades;   Alunos não tem ideia de onde aplicar o que aprendem. Ex: Todos nascemos físicos e não sabíamos, ao calcular inconscientemente, distância, velocidade e peso de veículo, em relação à nós mesmos, ao atravessarmos uma rua.

3)    Fórum de debates sobre temas da atualidade, para interação e visão; Crianças e jovens apenas reagem à temas como Bulliyng, gays, divórcios, guerras, política, corrupção, violência, catástrofes climáticas, etc., sem contudo, entenderem de fato, porque acontecem e porque continua. Elas precisam interagir mais, conhecer mais, para saberem como lidar.   Tudo isso são fatores que promove maior estabilidade emocional, diminuindo o estado de insegurança sobre o futuro imediato. O fórum deve ser com carteiras em posição circular (sinalizando igualdade entre todos).

               4)    A nova proposta de ensino pode ser uma que seja mais partilhada entre os alunos, ao invés de apenas a figura do professor, individualmente e isolado lá na frente, trabalhando sozinho e, supostamente, de costas para os alunos, passando informações que estão absorvendo, sem muito compreender. 
Não que o professor esteja errado, mas a postura os faz lembrar a forma de como podem estar sendo tratados em casa, ou seja, com indiferença, de costas viradas, sem olhar olho no olho, como quem diz:  “-Olha pra mim, pelo menos”.

Somos resultado do histórico pregresso de lembranças e experiências, da nossa gestação até os dias atuais.

Estamos exaustivamente sendo influenciados por essas lembranças, de acordo com tipo, severidade e quantidade aritmética.  Com crianças e jovens é ainda mais difícil, dada à falta de maior maturidade e de ausência psico afetiva dos pais.  Está na hora de mudarmos o conceito de ensino, frente à falta inconsciente e involuntária do interesse, motivado pelo modo de vida dos alunos.  Não podemos exigir dos alunos, o que nem os pais o prepararam.      Portanto, está na hora de trazer a montanha à Maomé.   Talvez, com “ar menos rarefeito”, ficará menos difícil (e perigoso), dar aula em escolas públicas.

Professor Amadeu Epifânio
                                                                                
Pesquisador/Psicanalista Auto-Didata

              

PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais