Projeto VIVA +

sábado, 6 de março de 2021

TORCIDAS ORGANIZADAS

 INFÂNCIA E FUROR QUE SE MISTURAM.

Cada vez mais comum e violenta, as torcidas organizadas estão longe de sua extinção. Pelo contrário, estão cada vez mais presentes e agressivas, chegando à ações letais, dependendo da briga, das armas utilizadas para o embate e principalmente, do quanto de raiva interior existe em seus inconscientes (especialmente o inconsequente).

Sim, todo o furor que vemos nestes jovens, já vem sendo guardado dentro do respectivo reprimido de cada torcedor, juntamente com a sensação resultante de cada evento emocional, os quais tenham lhe causado toda sorte de emoções negativas, guardadas e reprimidas, desde a primeira infância. O tempo em que ficam guardadas, depende do ambiente em que vivem e da frequência de estímulos e gatilhos emocionais, que trazem à tona, emoções e sensações desagradáveis, vividas desde cedo.

Tais lembranças (sem saber do que se trata), lhe causam dor e angústia e, quando o inconsciente inconsequente (ID) percebe que seu corpo cresceu e ganhou força e poder (e autonomia), o Id o libera para extravasar tudo que está acumulado, antes que se descontrole e perca seu poder sobre o próprio corpo. 

 Quantos leitores aqui, já assistiram ao filme “O grande Dave” ? Ele não passa de uma grande máquina, controlado (interiormente) por um comandante e um co-piloto e, cujo os mesmos, para ter a máquina sob seu domínio e controle, é imperativo que ela não sofra danos, internos ou externos. Da mesma sorte opera ambos os inconscientes (Ego e Id) sobre nosso corpo, de forma apropriadamente alternada.

Uma criança jamais poderia cometer tais agressões, contra outras pessoas porém, quando ganha corpo, força e “poder”, juntamente com toda raiva acumulada, torna-se como um vulcão entrando em erupção, soltando lava por onde passa, especialmente se provocado por outros em iguais condições. Fazendo outra analogia (se me permitem), enquanto estiver pondo para fora, toda (ou parte da) raiva acumulada, todos em iguais condições portam-se como o Hulk transformado, sendo mantido nessa condição, enquanto a raiva perdurar. 

 Vale lembrar que, por ser (o Id) um inconsciente inconsequente, não veremos externamente, em seu corpo, qualquer sentimento de remorso ou de culpa pelas agressões, sendo ou não graves ou letais, isto porque tais sensações não lhe foram ainda, incorporadas ao Ego (nosso inconsciente racional)

Não devemos crer que, por participar da roda de agressões, todo seu reprimido tenha se esvaziado de toda sua raiva, voltando à tornar-se uma pessoa normal e tranquila. Nem em nossos mais tranquilos pesadelos. Na verdade ele carregará ainda consigo, toda essa carga negativa, aonde quer que vá, até que seja tratado terapeuticamente. 

 Enquanto isso, o que pode ser feito ? O certo seria mantê-los isolados da sociedade, porque nela advém os gatilhos emocionais que o transformam de novo e as consequências dependerão do que encontrar à sua frente, como convivência e ambiente. Nada acontece por mero acaso. Cuidar de filhos, não é bicho de 7 cabeças, mas é preciso deixar fora os dragões, para que nos dediquemos melhor aos filhos.


A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.” (Sigmund Freud)


Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo – 

PROJETO VIVA+ (Blog DEONDEPAREI)

Um comentário:

  1. Em tempo: No que concerte à imputabilidade penal, quem pratica violência, sozinho ou em grupo, tem idade e entendimento do que está fazendo e, portanto, tem também a escolha de fazer ou não fazer. Se escolhe juntar-se com mais pessoas, para praticar delitos, poderia juntar pessoas para ajudar em serviços comunitários. Apesar de agir por instinto inconsciente, é do ambiente que vem os estímulos e motivações, para fazer tanto o mal quanto o bem. Para estes torcedores, praticar o mal é tendencioso, porque se encontra muitas pessoas desejando fazer o mesmo, mas não está impedido nem amarrado, para fazer o bem, tornando-o judicialmente imputável, de acordo com os atos praticados se, previstos em lei. Ainda sugiro que cada caso seja analisado separadamente. Grato.

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