Refaça os passos.
Durante nossa vida
toda, passamos por situações, às quais não conseguimos resolver ou, resolvemos
de forma convenientemente prática, provavelmente para sairmos da situação
conflitante em que estávamos. O problema
é que, ao não resolver de fato, o problema, acabamos por absorver uma ideia
inapropriada de resolver problemas, copiando o mesmo método, para praticamente
todos os conflitos e problemas que surgirem.
Mas estamos nos esquecendo de algo muito importante: O sentimento resultante da frustrada
tentativa de solucionar os problemas. Isto
porque não o resolvemos e sim, empurramos com a barriga.
Sem perceber,
estamos andando em círculos (conforme a figura), com medo do desconhecido,
porque não entendemos e porque não entendemos, ficamos com medo. Enquanto este ciclo não for quebrado, a
resposta que daremos, ao que não nos propomos entender, será sempre a mesma (e não, isso não levará à uma depressão). A depressão não é, de fato, uma doença, nem
física nem psicológica. Porque ? Por
uma razão muito simples, a depressão é uma ideia abstrata, transformada em
ideia física, de tanto que essa ideia é persistente na sociedade e na
humanidade.
Se eu tenho um
problema que não consigo lidar, ele é desconhecido pra mim, bem como a resposta
que preciso dar, isto é, não consigo achar uma resposta apropriada ao problema,
que me permite resolvê-lo com eficácia e de uma vez por todas. Então entro no ciclo acima, que é sentir medo
do desconhecido, porque não o entendo e por isso, fico com medo e assim
vai. Entendam que não existe resposta
pronta para um problema específico. Todos
precisam ser “trabalhados”, refletidos, analisado, descoberto sua origem, para
saber qual resposta dar, para resolvê-lo e não apenas, empurrá-lo com a barriga
e que, fatalmente, nos encontraremos com ele (de novo) “lá na frente”. Existe alguns fatores que nos limita nessas
horas, dificultando enfrentar um problema como merece: como a vida corrida, o tipo de trabalho, ser
ou estar sozinho(a) e a vida (que já é) difícil, por si só.
Por juntar tantas coisas sobre uma pessoa só e, pelas barreiras
encontradas, natural que o corpo entre num estado de estresse ou esgotamento
psico-emocional (além do físico). Mas
isso, por si só, não leva ninguém à depressão, exceto se, por conveniência,
isso mesmo, se esta ideia for comprada.
Vejam, lidamos com muitos problemas que nem sabemos de onde surgiram,
portanto, temos de lidar com “fantasmas”.
A ideia da depressão vem de encontro à criar uma blindagem, que nos
permite entrar em re-set forçado, por algum tempo (intenção do
inconsciente). O que pode acontecer é
essa ideia prevalecer como “solução” ou válvula de escape e não querermos
abandoná-la. Resumindo, acabamos por
criar uma dependência psicológica da ideia adquirida (como acontece com o
álcool ou as drogas).
Os problemas podem ter natureza invisível, por não termos noção como
resolver mas, a ideia de depressão é algo que, de tão adotada, acabou sendo uma
resposta tátil aos problemas, um escudo para proteger-me do que, de fato, não
entendo porque não consigo ver e, neste caso, a depressão (como ideia) não é
tida como problema e sim, como solução.
Para nos livrarmos da (ideia) da depressão e também, do conceito de
incapacidade, só precisamos refazer os mesmos passos, que nos levou à sensação
de impotência. Traduzindo: Não posso resolver nada, se antes não pôr
minha cabeça em ordem e, dar prioridade ao que se deve, de forma ordenada,
priorizando o próprio bem estar e minha integridade, para dar definição correta
e apropriada, ao que de fato, merece ou precisa.
Nenhuma dor é frescura ou passiva de culpa ou remorso, pois
trata-se de uma reação do corpo à um momento difícil e nada mais. Tudo existe por uma razão, nossa existência segue
um propósito, nada é perfeito, ninguém é 100%, de forma que não devemos esperar
que a vida (ou as pessoas) sejam perfeitas.
O que nos obriga à focar mais, no que fazemos, sem esperar vida fácil, que
é pra quando vier, seja bem mais, celebrado.
A única ideia que carece ser mantida é que, sem nós, a engrenagem da
vida não roda, porque fazemos parte dela e ela necessita de nós, mesmo que não
admita. Nossa vida é uma missão
importante e só iremos embora (e nem 1 minuto antes), quando à cumprirmos.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador / Psicanalista
Nossa Página no Facebook: https://www.facebook.com/Prof.EpifanioAmadeu
Nenhum comentário:
Postar um comentário