QUANTOS
PODEMOS TER ?
Tenho observado muito,
nos grupos de pessoas com transtornos psiquiátricos (no Facebook), que algumas
alegam ter mais do que dois ou três transtornos, simultaneamente. Conseqüentemente também alegam não conseguir
ter uma vida satisfatória, ou seja, de estabilizar os transtornos que tem. Pra piorar (se é que é possível), temos a
classe médica dos psiquiatras, não muito interessados em tratar adequadamente,
seus pacientes, no sentido de investigar melhor, através de uma anamnese
profunda, o real transtorno dos seus pacientes, diagnosticando e prescrevendo
conforme relatos imprecisos e inconsistentes dos mesmos.
Em se tratando de
transtornos, existem uma vasta similaridade de sintomas principais, assim como também
os sintomas conseqüentes, como a depressão por exemplo. Esta, diferente da depressão como transtorno
principal (vide artigo correspondente aqui mesmo neste blog http://deondeparei.blogspot.com.br/2016/12/depressao-comorbida-e-isolada.html). Nesses casos, não se pode tratar a depressão
separadamente, como um transtorno à mais.
Por ser de natureza conseqüente, sua melhora dar-se-á em decorrência do
tratamento do transtorno principal.
Respondendo a pergunta
acima, de quantos transtornos podemos ter, a resposta é simples e direta:
APENAS 1 (Hum). A incerteza em torno da diversidade de
transtornos, tem levado seus portadores à um eterno calvário, quando da
tentativa de tentar conciliar várias medicações, para os transtornos que alega
ter. É bastante comum acreditar nessa
multiplicidade de transtornos, pois como já disse acima, é grande a
similaridade de sintomas, o que pode gerar certa confusão.
Vejam:
Todo transtorno gera
oscilação de humor
que acabam tendo também,
diagnostico Bipolar.
Na maioria dos
transtornos há irritabilidade,
Tome diagnostico de
transtorno opositivo.
Em alguns transtornos
dá fobia social
tome diagnostico de
fobia social.
A maioria tem fase
depressiva,
E é dado diagnostico
de depressão.
Muitos usam drogas e álcool pra conter a dor
Tome dependência química e alcoólica.
E por aí vai. tudo isso além do transtorno principal.
Muitos (ou a maioria dos psiquiatras) confundem sintoma principal com sintoma consequente. Ter pânico é sintoma
principal, ter fobia é conseqüente. Ter
ansiedade é principal, ter oscilação de humor é conseqüente. Ter Tricotilomania (arrancar os próprios cabelos)
é sintoma principal, ter oscilação de humor, pânico, desespero, é conseqüente
(o que não carece ser tratado também com remédios). É preciso saber distinguir os sintomas e sua freqüência
correspondente.
Todo transtorno é constituído na infância, entre a fase fetal até os 3
anos em média. O único que pode ser uma exceção
à regra é a depressão, que pode tanto ser constituído na infância quanto mais
tarde, com uma carência mínima entre 3 e 5 anos de um evento provocador até o
respectivo diagnostico patológico.
Transtorno da depressão é principal, fase depressiva de outro transtorno
é conseqüente. Se os portadores
conseguirem diferenciar será de grande ajuda no levantamento do diagnostico
principal.
Fobia, isolamento social, nervosismo, irritabilidade, alterações de apetite,
perda ou ganho de peso, tudo isso pode ser sintomas conseqüentes ou efeitos colaterais de
medicações controladas.
Comecem à passar para o papel os sintomas persistentes (principal) dos
sintomas freqüentes (conseqüentes).
Quanto mais específico e preciso forem na consulta com psiquiatra,
maiores as chances de terem o diagnostico único, correto e a medicação
apropriada. Por outro lado os
psiquiatras precisam ser mais "curiosos", perguntarem mais, saberem
mais sobre seus pacientes, terem uma consulta com tempo apropriado ao tempo
necessário para investigação dos sintomas.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
Já foi dito em artigos anteriores que existem condições específicas para se constituir um transtorno (e não + do que 1). É o transtorno principal que se constitui, que gera uma série de sintomas que muitas vezes se confundem com os de outros tipo de transtornos, levando à tomar mais medicações do que seria o ideal e sofrendo efeitos colaterais, fazendo o portador acreditar que o tratamento (de fato) não está funcionando. Falta mais perícia por parte da psiquiatria, na apuração precisa do transtorno (entre "tantos"), que o portador realmente tem. Por outro lado o portador deve exigir do seu médico maior interesse em tratar, curar ou estabilizar seu transtorno. Eles estudaram e até juraram pra isso. Cobre.
ResponderExcluirEstamos vivendo uma cultura, onde uma criança não pode portar-se de forma pouco diferente do seria o habitual, que logo já é tachada de transtorno disso ou síndrome daquilo. Está se empurrando uma série de crianças e adultos ao consumo exacerbado de medicações controladas, através de diagnósticos dados sem maior investigação. O resultado são centenas de portadores infelizes, desesperançosos, com desejos de acabar com a própria vida, simplesmente porque as medicações não promovem o resultado esperado, porque podem estar tomando medicações certas porém, para transtornos que não existem. Com isso sofrem pelo transtorno e sofrem por efeitos colaterais.
ResponderExcluir