Projeto VIVA +

sábado, 6 de agosto de 2016

DEPRESSÃO


RETOMANDO AS RÉDEAS.



Tenho visto no facebook, infinitos relatos e até vídeos sobre a depressão, nos últimos cinco anos pelo menos.  Na sua grande maioria existe um padrão de relato e até de comportamento, tendendo sempre para o que parece ser uma prisão em si mesmo, onde aos poucos a ligação com o mundo externo vai se exaurindo.

Em um primeiro momento (e longe de fazer qualquer censura) percebo que há uma total falta de controle (não sobre si mesmo), mas sobre o distúrbio psicológico que está gerando a depressão.  Existe uma passividade sobre a influência dos fatores depressivos, de tal forma à fazer com que não se tenha a menor reflexão sobre a veracidade ou teor de consistência desses fatores.

Vejam, se deixarmos uma simples formiguinha passear por nossa mão, não nos causa nenhum tipo de ansiedade ou medo, porque julgamos ter o controle da situação, de que à qualquer momento podemos jogá-la fora ou matá-la.  Mas, ao perceber que a formiga começa à avançar sobre o braço e, por ser tão pequena torna-se difícil enxergá-la de imediato, a ansiedade começa à tomar forma até causar enorme desconforto, irritação, raiva e ansiedade extrema (não pânico).

Isso é o que está acontecendo com a depressão. Em algum momento deixamos que ela avançasse e, apesar do nome, é apenas um distúrbio psicológico de algo ocorrido à pelo menos uns  5 (cinco) anos antes, quando ela começou à causar desconfortos;  mas não ligamos (porque a formiga ainda passeava sobre nossa mão).  No momento que o desconforto, as sensações estranhas, (sem nenhuma aparente procedência), começaram realmente a incomodar, ao invés de jogar fora, descobrir o porque das sensações, não, deixamos a formiga invadir nosso corpo e agora achamos que ela nunca mais vai nos deixar.

A depressão (não desprezando o estrago causado), é um diálogo do inconsciente, que apesar do efeito negativo, está tentando nos avisar que a causa está nele, mas que precisa de ajuda para sair.  O problema é, que é uma espécie de comunicação invisível (que nos toca como uma formiga, mas que ao tentar tocá-la simplesmente não à vemos).  Teoricamente não existe a necessidade de medicação, apenas terapia, para extrair a causa de todo problema.  Apenas teoricamente.

De qualquer modo, a primeira providência à ser tomada por todos aqueles que carregam consigo o "transtorno" da depressão (nos dois sentidos da palavra), é mudar os paradigmas negativos criados em todo do mesmo:  que "não há cura", que  "nunca mais terei paz de novo", que "essa doença vai acabar me matando de alguma forma".   Isso não é menosprezar a dor decorrente do que sentem.  Isso é fazê-los despertar, porque estão cavando um poço, por algo que pode ser revertido, mas que é preciso reassumir as rédeas do controle (não da depressão) mas de vocês.

Precisam colocar na cabeça que o que estão passando (e causando enorme sofrimento), pode ser tratado, resolvido, curado.  O estágio em que chegaram não foi por vontade própria, portanto não carece críticas de que quer que seja.  O que nos leva à pensar que o desejo de viver corre livre por fora, não sendo tocado nem prejudicado, portanto possível.

Precisam voltar no tempo (se possível com ajuda de parentes, amigo ou namorados), para ajudá-los à relembrar quando, de fato, os primeiros sinais da depressão começaram e quais eventos se deram nesse período, digamos, entre 6 (seis) meses à 1(hum) ano antes, ou até mais, pois que os sinais da depressão (repito) pode ter sua origem até 5 (cinco) anos pra trás.

Ao relembrar (não importa quantos nem quais) anote todos eles, se possível com o máximo de detalhes que puder descrever.  Se chegar à sentir um "calafrio" ou uma leve tremedeira, não se preocupe, você pode ter chegado perto da causa, mas somente com o terapeuta isso será possível (sozinho é impossível ok ?).   Se nada sentir, também não se preocupe, é que pode estar um pouco mais profundo e com alguma resistência em se descobrir.  É normal.

É possível que, tomado pelo sofrimento, seja necessário uma medicação que ajude a controlar o humor, porque a causa da depressão vem de "dentro" (do inconsciente) e este só age quando não conseguimos lidar com a dor.  Controlando a dor, fica mais fácil administrar o problema e começar a descrever o que vier à cabeça.  Não tem pressa.  Se não tiver quem ajude,  existe uma forma de fazer lembrar o que precisa.  Nossa mente tem um recurso chamado "método associativo".  O que é isso ?

É um recurso que faz com que imagens, sons e eventos presentes, despertem ocorrências semelhantes ocorridas no passado (em qualquer tempo passado).  Significa que, ao andar pela rua, shoppings, mercados, praças, etc., com certeza seu inconsciente identificará situações que o farão lembrar de fatos semelhantes, que poderão estar relacionado com a causa da depressão, mas somente pela terapia será possível descobrir.  Procure anotar tudo que lembrar e se possível a época em que ocorreu e depois leve para a terapia ou análise, com psicanalista.

Sabemos o quanto se sofre, mas se sofre mais por não entendermos o que se passa do que pela depressão em si, que nada mais é do que algo que não entendemos (não sabermos em que parte do corpo está essa maldita formiga rsrs).  Não é só esperança, é uma certeza resolver o que nos faz sofrer tanto, mas vamos precisar de nós, da forma que foi colocado. Tudo bem ? Se cuidem.

Este texto é mais indicado para os que tem depressão como transtorno, pois os decorrente de outros transtornos é uma depressão de características diferentes.


Prof. Amadeu Epifânio
Psicanalista - TCC

           

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sábado, 9 de julho de 2016

NOSSAS CAIXAS PRETAS !!!

SEGREDOS QUE FEREM E INTERFEREM.


À medida que os meus estudos avançam, vou descobrindo fatos curiosos, responsáveis diretos e indiretos na interpretação  de nossas ações e manifestações, de natureza diversa e, porque não dizer...infinitas.  Na verdade não é uma descoberta física, mas algo que pode ser utilizado para entendermos porque fazemos o que fazemos.

Sim, o homem também possui suas próprias caixas pretas, semelhantes às utilizadas em grandes aeronaves.  Nestas, são registrados conversas entre pilotos e problemas mecânicos ou eletrônicos.  No ser humano é registrado numa caixa tudo que absorvemos de informação e conhecimento, enquanto que, na outra, experiências emocionais, desde a fase intra-uterina.  Isso mesmo, nossas caixas pretas (fictícias) já estão em nós desde a fase intra-uterina, registrando tudo que se passa lá dentro.

São esses registros, responsáveis por nossas ações e emoções, que poderão detectar e explicar, a existência de problemas que muitas vezes, só a medicina sozinha não consegue explicar.  A caixa que registra experiências emocionais por exemplo, só pode ser aberta (e com todo cuidado, diga-se de passagem) por um "perito" psicanalista.  Muitas vezes chegamos ao consultório com nossas caixas pretas avariadas (muito confusos e desorientados), dificultando num primeiro momento, extrair seu conteúdo.  Sim, é um trabalho de perícia e de avaliação cuidadosa, mas que não precisa, também, levar uma vida inteira para se descobrir o que os fez entrar em "pane".

Nas caixa-pretas presentes no ser humano, dependendo do seu conteúdo e da pressão que possa estar exercendo (intensidade), começa à "vazar" e influenciar em nossa vida.  Por exemplo, a caixa responsável por registrar nosso conteúdo de conhecimento geral, interfere mais no comportamento, enquanto que o conteúdo da caixa que registra nossas experiências emocionais, interfere com certa insistência e primeiramente, no nosso temperamento (depois no comportamento), criando uma verdadeira "fusão" de comando duplo (consciente e inconsciente), de forma simultânea, gerando problemas como depressão, transtorno bipolar e outros mais sérios.

O conteúdo dessas caixas, depois de registradas, não pode mais, ser apagado (enquanto não passar pela perícia de um psicanalista), contudo, é permitido que novos registros sejam feitos por cima do anterior, com o propósito de suprimir sua influência, quando de natureza nociva.  Não é apenas o que está registrado, que pode causar danos ao nosso psíquico e à nossa condição emocional mas principalmente, seu conteúdo aritmético, ou seja, quanto mais registro de eventos nocivos, traumáticos e tensos, maiores as chances deles virem à gerar, desde um distúrbio psicológico até algum tipo de transtorno psiquiátrico.

Nós temos o poder de buscar melhores "registros" para que possamos gozar de "viagem" (vida) segura e mais tranqüila, sabendo agora que tudo que assimilamos pode tanto nos gerar "dores de cabeça" como tranqüilidade. 

Mais do que tratar-se, é preciso saber tratar-se, ajudar-se, cobrar de si mesmo melhores resultados (não importando o tipo de profissional).  Agora sou eu que digo:  Profissionais estudaram pra isso e tem o dever de nos promover o nosso bem estar.  Se o paciente não ajuda, é obrigação deles saber com precisão, pedir ajuda específica ao paciente, para melhor interação no tratamento, tanto com medicação quanto com análise (em psicanálise) ou terapia (com psicólogo).  Buscar um ou outro vai depender do tipo de conteúdo e quantidade, em suas caixas pretas (memórias reprimidas).

Sabemos definir o que significa termos uma vida (no mínimo) estável, ou seja, com  condições de tomarmos decisões acertadas e agirmos dentro de um parâmetro de racionalidade.  Acima disso, o que ultrapassar, extrapolar, podemos considerar como sendo influência "terceirizada" de nossas caixas pretas (inconsciente), afetando nossa navegação e dirigibilidade, como um GPS defeituoso que só nos leva à lugares errados e perigosos.

Numa primeira fase de nossas vidas, está à cargo dos pais a responsabilidade no conteúdo das caixas pretas dos filhos, e é à partir deste conteúdo que nossas crianças começarão à viver e tomar suas decisões.  O que resultar de comportamento (eu diria) não adequado, como rebeldia, pirraças, maucriações, com certeza terá relação direta com os registros já existentes nas caixas pretas deles.  Pense no efeito dominó, passado de geração em geração.

À propósito, por falar em geração, a disparidade entre gerações de nascimento, entre pais e filhos é que também dificulta as relações parentais, porque, do momento que nasce o pai ou a mãe, até o momento que nasce seus filhos, muita água já terá passado pelo mesmo rio, debaixo da mesma ponte, ou seja, realidades diferentes, universos diferentes, padrões familiares diferentes e severamente alterados e mais permissivos do que nunca, que entrará em severo contraste com tudo que estamos tentando ensinar aos nossos filhos.  É uma educação que requer muita paciência e jogo de cintura.  Já há artigos relacionados no Blog, abordando essas questões.



ProfAmadeu Epifânio


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quarta-feira, 6 de julho de 2016

NÃO PUDE DEIXAR PASSAR !!!


PÁGINA DO PERFIL DO BLOG (GOOGLE+)

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O TRABALHO CONTINUA.

domingo, 3 de julho de 2016

TRANSTORNOS SÃO GERADOS NA INFÂNCIA !


NÃO DEIXE SEUS FILHOS TEREM OS SEUS !


Transtornos Psiquiátricos (com exceção da depressão), são todos provenientes de algum momento da infância da criança, desde a sua fase intra-uterina até o seus 3 anos aproximadamente (podendo se estender um pouco mais, dependendo do seu desempenho cognitivo).  Não precisam ser, necessariamente grave, exceto se não para o entendimento de um bebê ou de um feto.   No artigo recente em meu blog, sobre transtorno Borderline (postado em 31/maio último), citei algumas condições que são essenciais para se determinar o tipo de construção de um transtorno numa criança, à saber:

a) Idade ou tempo de vida da criança ou do feto;
b) Tipo de evento (gerador) ocorrido;
c) Grau de severidade deste evento;
d) Ambiente em que está inserido.

A combinação desses fatores pode (ou não) levar uma criança à desenvolver algum tipo de transtorno psiquiátrico.  Importante frisar que nenhum transtorno nasce pronto, mas sim, construídos de forma gradativa e progressiva com o desempenho cognitivo;  os acontecimentos e sua freqüência aritmética durante certo tempo.  Tudo isso não implica dizer que os filhos são "imexíveis", que não se deve tocá-los. Não vamos exagerar.  Mas que também não devemos deixá-los à deriva, achando que irão conseguir entender e aceitar tudo que lhes acontece.

Uma simples birra de criança não é caso de punição ou castigo por exemplo e sim, uma chance de investigar quais motivações estariam provocando aquelas reações.  É o caso de chamá-los para uma conversa, propor-lhes não castigá-los com o que disserem (mesmo relacionado aos pais).       A motivação pode estar no "pecado" dos pais em fazer algo diferente do que pregaram aos filhos ou criarem concepções imaturas, à cerca de algo que tenha tomado como injusto.

O que pode acabar gerando, nos filhos, um problema psicológico não é apenas o fato em si, ocorrido apenas uma vez (exceto senão por algo muito grave), mas sim a periodicidade com que um mesmo fato ocorra várias vezes, durante certo período de tempo.  Só se torna psiquiátrico o psicológico que não é relevado nem tratado em tempo hábil.  Com relação ao que pode ser grave, para uma criança de primeiros meses por exemplo, é ver a "figura" paterna batendo na mãe, vendo-a chorando e gritando de dor, enquanto o pai grita mas com ofensas e/ou ameaças.

Para um feto, um ambiente conflituoso, de constantes brigas, estado tenso e contínuo da mãe e com certa freqüência, gera para o feto o conceito do seu ambiente como sendo um lugar inseguro, além de toda perturbação e vozes decorrentes, que ficarão gravados, guardados e parte deles, bloqueados da memória (como defesa da mente), para que o feto possa desenvolver-se bem quando nascer, até atingir idade suficiente para que seja relembrado da pendência guardada, para que tome ciência, entenda o que se passou e aí sim, essas memórias serem finalmente eliminadas  e sua influência, cessada.  Enquanto isso não é feito, aquelas vozes (e o estado tenso correspondente) estarão sempre presentes e ativas, como se tivessem ouvidos ainda ontem, porque no inconsciente (segundo Freud), o tempo não existe.  Essas vozes ficam ecoando e perseguindo onde quer que vá, porque o feto estava ainda dentro do ventre quando às ouvia, por isso a sensação persecutória.

Estamos falando de caso típico de Esquizofrenia, onde sua tipologia está condicionada com as variações decorrentes de intensidade, vivenciadas ainda na fase fetal.

Uma boa prevenção, para se evitar que uma criança venha desenvolver algum tipo de transtorno, está numa boa educação, nutrida com ensinamentos, orientações, esclarecimentos, discernimento, diálogos, partilha, princípios solidários, etc.  Porque diálogo ?   Porque nos dias atuais, famílias não conversam mais, apenas se comunicam (vem comer, vai dormir, volta logo, boa noite). Ajudá-los à tomar decisões, ao invés de apenas fazer as vontades, também gera forte contribuição para o intelecto deles, fortalecendo seu psicoemocional.
  
A inserção de valores deve ser feita de forma indireta (não apenas com "discursos" moralistas).  Harmonia conjugal e familiar (aritmeticamente) constante;  Religião ou espiritualidade, também de forma indireta, porque não adianta os filhos nos ver os pais rezar e depois presenciar atitudes que não condizem com os ensinamentos sagrados que pregam ou que eles ouvem falar.

Ser humano nasce sem o seu manual de utilização, razão pela qual não consegue manter-se em "linha reta" por muito tempo e está sempre em situação de conflito, em geral consigo mesmo, não conseguindo fazer com que seus "descendentes" tenham uma vida mais segura e estável que a sua.


ProfAmadeu Epifânio

              

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terça-feira, 28 de junho de 2016

DEPRESSÃO - CAUSA INVISÍVEL, SOFRIMENTO APARENTE.


 AS AUTO-MUTILAÇÕES NO TRANSTORNO DA DEPRESSÃO.


Oi, entendo que isso é involuntário, que não é realmente da vontade de quem tem depressão (as automutilações e até suicídio). Por outro lado isso também representa falha no efeito de medicação ou de ineficiência terapêutica (Terapia).  Quando um psiquiatra prescreve uma medicação, que demora muito à fazer efeito, não se conformem só porque é médico e sabe o que faz. Vocês precisam saber o que fazer também, ou sabem os efeitos colaterais que terão.

Existem alguns fatores que levam à ineficácia dos remédios. Um deles é a falta de uma anamnese profunda, que não só seja capaz de dar um diagnostico preciso como também, garantir uma prescrição acertada e quase rápida dos efeitos esperados.

Uma outra razão é que vocês não são orientados (por qualquer profissional) à se auto avaliarem e descreverem (pelo menos por uns 15 a 20 dias) todos os passos e eventos que ocorrem com vocês, do momento que acorda até a hora de dormir (e se conseguem). A falta dessas orientações acarreta ao psiquiatra a prescrição na base do chutômetro, isto é, "toma isso e vamos ver se resolve". Até saber se vai ou não resolver, crises já ocorreram, e dinheiro já foi pro ralo, com remédios ineficazes. 

Não podemos fugir do transtorno, mas conviver com ele, explorá-lo, conhecê-lo como à um "inquilino" estranho que botamos em casa, para melhor conviver. Depressão (não desmerecendo sua força como transtorno), é duelo de Titãs, entre dois lados, consciente e inconsciente (nosso outro eu, segundo Freud).

Todo transtorno é uma influência psicológica de uma fase infantil da vida de vocês, que a mente bloqueou (para protegê-los) e agora está á cargo do inconsciente fazê-los lembrar que existe uma "pendência" para ser resolvida. De forma que, além dos remédios, uma boa terapia em psicanálise há de extrair de dentro de vocês essa pendência, trazer para fora, tomar ciência e cessar o transtorno.

Enquanto vai cavando, o terapeuta há de passar por outros "nó" que essa briga inconsciente deixou em vocês (além dos sintomas), como baixa auto estima, expectativas negativas, etc.

Uma terapia é como obra que fazemos em casa, isto é, não dá pra ficar meses sem progresso, ou trocamos de "pedreiro". É a vida de vocês que está em jogo e em sofrimento, de forma que façam por relevar isso e não desistir de buscar (se não a cura) um bom equilíbrio). Quanto mais equilíbrio, menos sintomas, menos sofrimento, mais vida. Espero que acreditem nisso. Se cuidem melhor, tá bom ? Abraço à todos.

ProfAmadeu Epifânio

              

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sábado, 25 de junho de 2016

A SINUCA DO ENSINO


...E O FUTURO DAS NOVAS GERAÇÕES !



O ensino, hoje, deixou à todos os envolvidos (Pais, filhos, valores, ensino e escola) numa verdadeira sinuca (quase uma rua sem saída).   Seria leviano negar que aponta deste iceberg não estivesse nos filhos.  Mais do que isso, alunos e filhos ficam como que no meio de um fogo cruzado, entre os quatro lados já mencionado acima.  Mas vamos explicar melhor como isso tudo se desenrola.

 Como disse antes, na ponto deste iceberg estão os alunos, porque ?  Os padrões sociais de educação familiar tomaram um rumo diferente, que os fez desviar de sua rota em quase 360 graus.  Isso porque velhos hábitos que antes eram responsáveis por manter a harmonia familiar já não existe mais: O diálogo em família, a conversa na mesa do jantar, o partilhar juntos de um  mesmo programa (de TV ou passeio).  A interatividade era forte e os problemas, quando surgiam, eram logo resolvidos, em família.

Mas infelizmente isso mudou, substituído por regras, castigos e punições, para conter, nos filhos a rebeldia, quando seus "suprimentos" (vontades) são repentinamente cortados, sob alegação de que eles não correspondem ao que recebem (de vontades ao pagamento caro da escola).  Com isso, a própria escola acaba tornando-se a "válvula de escape", fora da jurisdição do controle dos pais, enquanto ela (escola) pouco pode fazer para controlá-los, simplesmente porque os pais (de novo) não permite que os filhos sofram com as regras que eles mesmos não conseguem aplicar, nem terem resultado.

Vale ressaltar aqui uma questão relevante na educação dos filhos, para prepará-los para o ensino e convivência escolar.  Estou referindo-me à inserção de determinados valores, que para filhos (e jovens em geral), representa seu "sistema operacional" (tal como em computadores), que os ajudará à selecionar e destinar toda e qualquer nova informação, conhecimento e experiências pelas quais eles passam (mas que nunca estão preparados para lidar, suportar e muito menos administrar).  Alguns desses valores não pode apenas passar por palavras ou discursos, como é o caso da família como importante referência à ser relevada nas mais importantes decisões da vida.  Família à qual pertence, para depois poder constituir a sua própria, sob os mesmos alicerces que o mantiveram de pé e seguro diante das diversas adversidades, como drogas, alcoolismo, violência, etc.

Como já havia afirmado no início deste texto, os filhos ficam como que no meio de um fogo cruzado.  De um lado têm que conviver (e prender à viver) com o distanciamento afetivo dos pais (considerado por estes como sendo normal ou natural>repito<para os padrões atuais), enquanto que do lado da escola, não encontrando "amparo emocional" para seus conflitos e frustrações, misturam-se à grande legião de iguais como eles, se identificando com suas formas de compensarem (cada um à sua maneira) das suas frustrações, dificultando ainda mais a qualidade do ensino, por parte de quem é pago para ensinar, mas não, para educar os filhos dos outros.  Se a escola aumenta a rigidez de suas regras, bate de frente com pais que não aceitam e a rebeldia fica mais fortalecida.

Com isso o ensino (e a inclusão de novos e ricos conhecimentos) encontra resistência, por alunos que hoje, não contam com "sistema operacional" próprio, para administrar seus problemas e permitir continuar recebendo aprendizados, cujo os quais enriqueceriam seu "banco de dados" para que num futuro oportuno, a mente deles pudessem utilizá-los em seu favor, diante de demandas tidas como emocionais (principal tendão de Aquiles dos jovens e de adolescentes).

Com um futuro que nem se quer é mencionado pelos alunos (nem mesmo no que diz respeito aos períodos mais próximos, como vestibulares, Enem, universidades e profissões), difícil fazer um prognóstico à cerca do mesmo futuro (ou destino) desses meninos, submetidos à pressões emocionais e psicológicas, desde que nascem, já tendo que entender e aceitar o que jamais foram preparados e ensinados para aceitar, administrar ou mesmo suportar.   



Enquanto pequenos, os filhos só absorvem (feito uma esponja) tudo que lhes acontecem e da forma que vem.  Quando atingem a idade que seria ideal para receber os primeiros ensinamentos e valores (que eu chamo de "sistema operacional"), passa batido, com os pais ainda esperando (na utópica pretensão) que eles aceitarão e entenderão "na boa" ou que nunca possui idade suficiente para entender tudo que está errado.

E é com essa mentalidade que eles ainda precisa encarar o desafio do novo ambiente escolar, com uma enorme gama de padrões familiares, comportamentos diferenciados e unificados na mesma causa, ganhando sempre novos modelos para manifestar seu repúdio de protesto à forma de como tem que se comportar, diante dos que não lhe oferecem nenhuma referência que se sustente em si mesmo.

A correção de todo o sistema de educação de ensino escolar, tanto público quanto particular, se encontra primeiramente na reinserção dos valores relevantes que os pais devem (ou deveria) passar, para que se manifestasse nos (filhos) jovens, o interesse não apenas pelos estudos como também no seu futuro profissional, promovendo o restabelecimento do equilíbrio letivo, proporcionando inclusive mais investimentos no setor e maior valorização para o corpo docente, nas várias esferas de ensino.  

Quem vai dar o pontapé inicial ?


ProfAmadeu Epifânio

              

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