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terça-feira, 13 de julho de 2021

OS TRAUMAS INFANTIS ESTÃO EMERGINDO !

 

Não "brinquem" com os filhos !!!



Está cada dia mais normal, pessoas exibindo ao mundo, o que entende de poder. Sentem-se beneficiados por um sistema enfraquecido, que mais liberta do que prende, que mais libera do que proíbe. Isso acontece com grande maioria de pessoas, estejam (ou não) ligadas ao mundo do crime, como nos feminicídios. E a lista não pára de crescer. Cada dia mais, homens e mulheres, estão sentindo-se “poderosos”, valendo-se de recursos como armas de fogo, tráfico, dinheiro, poder, influência, si próprio e mulas (nos dois sentidos da palavra).

Como se já não fosse o bastante, há outras formas de poder, imposto por pessoas que acreditam ser a melhor forma de impor sua autoridade sobre outras, aparentemente mais passivas, como costuma ocorrer entre pais e filhos e entre cônjuges. Jovens e adolescentes de maior poder aquisitivo gostam de exibir sua condição, como quem exibe um falso troféu, pois o que fato gostariam de exibir mesmo, é o de fazer parte de uma família (em vez de uma melhor condição financeira). Isto os acaba levando para uma vida paralela e cada vez mais desafiadora, buscando preencher o vazio deixado pela perda da convivência familiar. Sentem-se poderosos.

O que em ambos os casos passa despercebido, é que este suposto poder, não provém de um ambiente (fora de si) mas, de dentro. Quem de fato sente-se poderoso é o nosso inconsciente, sendo o corpo mero objeto de manifestação e manipulação. É lá que se encontra o reprimido, onde são guardados lembranças e ressentimentos, assim como a raiva, que torna-se ódio à medida que crescem. Com o avanço da idade se eleva-se a intensidade das reações emocionais pregressas, sobre as quais não se tem controle, por desconhecer sua origem.

Diante disso tudo faço aqui um alerta, que se atenham aos hábitos que estão pregando, que descubram e saibam o quanto antes, se os mesmos não estão provocando rompimentos de ligações de amizades e amorosos, culminando em ações egocêntricas que venham a destruir o mínimo de laços (de convivência) que ainda possa existir. A humanidade parou de aprender e está lidando com o conhecimento limitado que obteve e deste (e em razão disso), um fator sério de risco está surgindo: Os traumas infantis estão emergindo e muitos deles sem controle.

Enquanto criança, passam despercebidos mas, à medida que crescem, pode tornar-se evidente e manifestar-se de forma arredia, comprometendo as relações familiares, em que os pais não sabem como agir ou como conter tal desvio de conduta. A dificuldade piora as relações e, como mecanismo de defesa de ambos (pais e filhos), o orgulho é instalado e se afastam entre si. Uma vez “livre”, os traumas atuam sem controle, de várias maneiras e intensidade.

Assassinos, psicopatas ou pedófilos, não se criam sozinhos, estão sendo produzidos em casa, conforme o tipo e forma de convivência familiar. Muito dos tratos está passando batido, achando que não causou nenhum mal sobre filhos pequenos, quando na verdade foi gravado e guardado pelo inconsciente e lá ficará até que um gatilho psicológico o faça emergir, sabe-se lá como e de que forma e intensidade. No inconsciente o tempo não existe, de forma que as emoções sentidas hoje, são sentidas como se estivessem ocorridos ainda ontem, com a mesma raiva (se não mais), em forma de ódio.

Pais postam no youtube (achando engraçado), vídeos discutindo com crianças, onde estas (sem saber), levam a sério a discussão, guardando em si a raiva resultante. Depois, quando crescem, adotam a forma de trato recebido “lá trás”, deixando atônicos os pais, quanto a se questionarem sobre como e onde obtiveram tal comportamento. E não pára por aí. Temperamentos influenciam personalidade, que passam à adotar conceitos sobre pessoas, que poderão ser futuros personagens, do algoz que lhe causou “ontem” um sofrimento, que hoje não entende, mas que o perturba emocionalmente.

Está mais do que na hora de deixarmos de ser ingênuos sobre os filhos, em qualquer idade, mesmo ainda no ventre, uma vez que lá, depois de formado, começam a receber as primeiras experiências emocionais, as quais advém do ambiente externo e da própria mãe. Quando alterações de conduta se manifestarem, saibam que tem origem precoce, cuja idade carece investigação, embora se constituam, em média, até os cinco anos de idade, onde se presume (até aqui) não terem compreensão dos fatos e, justamente por isso, são guardados (para proteção do corpo) no reprimido, vindo a emergir e manifestar já na fase juvenil ou adolescente.


Não “brinquem” com os filhos !


Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo.

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