CRIANÇA
ENTENDE O "NÃO" ?
Discutimos
tantas formas de dizer "não" e nem se cogita se quer, por um momento,
a possibilidade de se ouvir da criança (do porque de estar se comportando de
tal maneira). Muitas vezes crianças não manifestam apenas, vontades próprias,
mas insatisfação com os pais, porque existem pais (e não são poucos) que agem
de uma maneira e pregam outras pros filhos, do tipo "faz apenas o que eu digo".
Se crianças manifestam alguma insatisfação com os pais e se estes
não às ouve, só dizem "não" e põem de castigo, existe a tendência
dessas crianças irem alimentando o descontentamento com aquele pai, aquela mãe ou os
dois e, à medida que o tempo vai passando, a apatia vai aumentando e quando
chega na puberdade, já estará existindo certo distanciamento
afetivo, acrescido de maior rebeldia. E continua na adolescência,
com um temperamento que os pais já não sabem mais o que fazer com eles. Que
dirá quando entrarem pras drogas.
E
pensar que tudo isso começou com alguns "nãos", falta de democracia
familiar (mais humildade e menos prepotência).
Sempre
digo quando se tem filhos ainda pequenos: é preciso "AJOELHAR-SE"
para tentar entendê-los, descobrir porque estão se "rebelando" (que
não é à toa, por nada, sempre existe uma razão). Crianças não tem obrigação de
saber de tudo, de regras, de limites. Criança não é animal de estimação, é um
ser em processo de aprendizado, de amadurecimento. Todas as experiências
negativas pelas quais elas passam, ficam guardadas na mente e, dependendo do
"potencial" de cada experiência, ficará incomodando.
Se
filhos adotam uma postura de apatia em relação aos pais, é por conceito
aritmético, isto é, pela freqüência ou constância do que mais foi determinante
na vida dos filhos, durante certo tempo. Portanto, se a predominância foi mais
de soberba e prepotência, do que diálogo, isso acabará se voltando para os
pais, assim como o contrário, isto é, se houve mais conversa, mais ensinamento,
mais exemplo, a criança terá uma infância feliz e uma adolescência segura,
porque aprendeu a lidar com as dificuldades (não ouviu apenas não a vida
inteira).
Devemos
ter cautela com essa história de impor limites, pois estaremos limitando e
muito, não apenas o aprendizado, mas a capacidade deles de aprender e mais, de
saber suportar as adversidades, porque está no limite da nossa tolerância (e
não apenas em dizer não), a possibilidade deles virem (ou não) à fazer uso de
uma primeira experiência de drogas, como crack ou cocaína. O ingresso às drogas
é involuntário, inconsciente, como resultado do desejo de tentar aplacar ou
apagar uma dor que não consegue suportar e quem escolhe a droga (como resposta) é
o nosso inconsciente.
Ajudem
seus filhos à crescer com sabedoria, atribua-lhes à capacidade deles decidirem,
o que é justo, injusto, benéfico, bom, ruim, caro, barato, egoísmo,
solidariedade, Deus, amor, afeto, partilha, companheirismo, amizade, etc. Aprender e saber dizer não para o que é errado, de acordo com
ensinamentos e valores que os pais passaram.
Toda experiência, vivência e até
conflito é oportunidade de aprendizado. Se disser apenas não, o que eles estarão
aprendendo ? Pensem nisso.
Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista/Pesquisador
PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
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